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Por G1
Um cenário caótico foi revelado a partir da observação privilegiada dos polos de Júpiter pela sonda Juno, que orbita o maior planeta do sistema solar desde julho de 2016. A existência de ciclones que chegam a 1,4 mil quilômetros de diâmetro e um campo magnético cerca de 10 vezes mais forte do que o da Terra foram algumas das primeiras conclusões tiradas a partir dos dados coletados por Juno. Elas foram descritas em dois estudos publicados na revista "Science" nesta quinta-feira (25).
A Juno é uma sonda enviada para o espaço pela Nasa em 2011 para explorar Júpiter. Depois de uma viagem de cinco anos, Juno finalmente chegou ao seu destino no ano passado e, desde então, tem orbitado o planeta. Ela tem ferramentas para estudar a atmosfera de Júpiter e analisar as luzes ao redor dos polos sul e norte do planeta. Se tudo sair como o previsto, a sonda completará 37 órbitas e terminará sua missão em fevereiro de 2018.
Um dos estudos divulgados nesta quinta descreve as imagens dos polos de Júpiter feitas por Juno: elas revelam diversas estruturas em formato oval. Uma sequência de imagens feita ao longo do tempo indica que tratam-se de ciclones com diâmetro de até 1,4 mil quilômetros.
A mesma pesquisa revelou que o campo magnético de Júpiter é muito mais forte do que se acreditava: cerca de 10 vezes maior do que o campo magnético da Terra.
O segundo estudo diz respeito à magnetosfera de Júpiter, região em volta do planeta em que o campo magnético protege das partículas carregadas no vento solar. Segundo os pesquisadores, os dados coletados pela Juno ao atravessar essa região indicam que a magnetosfera de Júpiter está se expandindo.
O objetivo da exploração de Júpiter, segundo a Nasa, é entender como o planeta se formou e como ele se transformou ao longo do tempo. Isso ajudará a entender melhor nosso Sistema Solar.
Juno tem 3,5 metros de altura e 3,5 metros de diâmetro e é movida a energia solar. Todo o programa custou US$ 1,13 bilhão. A Juno foi a primeira missão que levou uma nave movida a energia solar comandada a partir da Terra, além de orbitar de polo a polo de um planeta. Nenhuma outra sonda chegou, até agora, tão perto da superfície de Júpiter.