Agronegócio

Soja tem volatilidade em Chicago e preço cai em Mato Grosso

Nesta quarta-feira (26), os futuros da soja conseguiram fechar o pregão em alta após testarem os dois lados da tabela durante todo o dia. A sessão foi bastante volátil, típica do pico do mercado climático nos Estados Unidos, apesar de oscilações um tanto tímdas. As cotações encontram um fechamento positivo após três sessões consecutivas de baixas.

Assim, as altas ficaram entre 7,25 e 7,75 pontos, com o agosto/17 valendo US$ 9,88 por bushel e o novembro/17, referência para a safra norte-americana e o vencimento mais negociado nesse momento, sendo cotado a US$ 10,00 por bushel.

O mercado internacional continua sendo ditado pelo clima nos Estados Unidos, com algumas chuvas esperadas para os próximos dias no Corn Belt, seguido por um novo tempo de precipitações abaixo da média para o período, além de temperaturas elevadas. E essas condições são esperadas, justamente, para o início de agosto, quando as lavouras entram em seu período mais crítico de desenvolvimento.

Para o analista de mercado da Novo Rumo Corretora, Mário Mariano, a volatilidade continua e novas baixas não estão descartadas já que ainda há muito mercado climático ainda pela frente e a a safra norte-americana ainda não está completamente definida.

Com 57% da safra em boas ou excelentes condições, de acordo com os últimos números do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), Mariano lembra que as lavouras ainda contam com um potencial de recuperação pode ser significativo, e diante das novas informações que chegam quase que diariamente, o reposicionamento dos fundos de investimentos acaba sendo mais rápido e mais intenso.

“Há muitas incertezas sobre o comportamento do clima durante agosto”, explica o analista de mercado e economista da Granoeste Corretora de Cereais, Camilo Motter. Porém, o executivo explica ainda que essas chuvas, afinal, não marcam o fim dos transtornos para os produtores norte-americanos. ” Muitos bolsões continuarão secos. Além, disto, o sol deve se generalizar nos próximos dias”, completa.

Também nesta quarta-feira, paralelamente, a boa movimentação e os ganhos expressivos registrados no mercado do farelo de soja na Bolsa de Chicago – que registram 0,5% de alta entre os principais vencimentos – contribuíram para os ganhos do grão, aindas segundo Mário Mariano.

Mercado Interno

No mercado brasileiro, o dia foi de estabilidade em praticamente todas as principais praças de comercialização e nos portos. Algumas exceções foram observadas, por exemplo, no Oeste da Bahia, com baixa de 1,12% para R$ 59,00 por saca. Itiquira e Alto Garças/MT, com queda de 2% e 0,81% para R$ 58,80 e R$ 61,00 por saca.

Em Rio Grande, estabilidade para a soja disponível nos R$ 73,00 e nos R$ 76,00 por saca para a safra nova, já em Paranaguá, o indicativo ficou em R$ 72,00 em ambos os casos. No terminal de São Francisco do Sul, em Santa Catarina, baixa de 0,69% para R$ 71,50 por saca no disponível.

“O mercado da soja esteve em dia de poucos negócios ou quase nada, com Chicago operando nos dois lados e com ganhos no final. Mas, por aqui o dólar seguia na linha negativa”, explica o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting.

A moeda americana fechou o dia abaixo dos R$ 3,15, com queda de 0,73% e valendo R$ 3,1442. O mercado vinha esperando o anúncio do Federal Reserve sobre os juros americanos, os quais foram mantidos e ficaram dentro do movimento esperado. A instituição informou ainda que sua ferramenta de estímulo será retirada “relativamente em breve”.

“‘Relativamente em breve’ não é o mesmo que ‘em breve’ e deixa a opção de esperar (a normalização do balanço patrimonial) para além de setembro”, afirmou o analista-chefe de câmbio da Forexlive, em Montreal (Canadá), Adam Button à agência de notícias Reuters.

Redação

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