Os 40 animais silvestres apreendidos na propriedade rural de um médico no município de Amapá, distante 302 quilômetros de Macapá, eram mantidos em condições irregulares, na maioria dos casos, presos em gaiolas, segundo informou César Luiz Guimarães, superintendente do Instituto de Meio Ambiente e Recursos Renováveis (Ibama) no Amapá. "Sofriam maus-tratos. Os animais estavam em condições onde não tinham chances de sobrevivência, embora isso seja normal na Amazônia, mas é ilegal na lei", falou.
A operação de retirada dos bichos aconteceu na tarde de quinta-feira (9). Os animais foram levados para o Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) do Ibama, no bairro Brasil Novo, na Zona Norte de Macapá. O médico dono da residência não foi encontrado durante as apreensões. Ele estaria viajando, e seria, segundo o Ibama, funcionário da rede básica de saúde municipal de Amapá. O órgão informou que vai autuá-lo no retorno para o estado.
Entre as espécies foram encontradas araras, periquitos, catitus, papagaios, jabutis, macacos, tracajás e muçuãs. Os casos mais graves de maus-tratos foram observados em duas araras que estavam com as asas quebradas, e na condição em que estavam é impossível o retorno delas para a natureza. "Para elas vamos ter que conseguir uma vaga em um zoológico ou área ambiental, o que não tem no Amapá", reforçou Guimarães.
Os animais vão permanecer em observação no Cetas por 40 dias, onde serão submetidos a exames e avaliação de veterinários com o objetivo de verificar as condições de saúde. O Ibama adianta que inicialmente foi descartada a suspeita de compra e venda dos animais em comércios ilegais. Outro ponto que está sendo abordado é a criação das espécies para consumo próprio.
Fonte: G1