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Criado no ano de 2010, o Setor de Operações Especiais (SOE) tem atuado dentro dos presídios de Mato Grosso como uma força auxiliar dos agentes prisionais. Ao atuar em estabelecimentos penais, o principal objetivo do SOE é o de proporcionar segurança interna e externa, em substituição a Polícia Militar.
Em entrevista ao Circuito Mato Grosso, o presidente do Sindicato dos Servidores Penitenciários do Estado de Mato Grosso (Sindispen-MT), João Batista, explicou da atuação da unidade dentro das penitenciárias e do seu início.
“Toda força de segurança tem uma unidade especializada, o agente penitenciário é uma força de segurança, então a partir daí, se viu a necessidade da criação da unidade para atuar nos presídios, já que a PM não faria mais esse serviço”, disse.
O SOE, segundo João Batista, teve como base de pesquisa outros Estados que já possuíam forças especiais.
“O Sindispen fez uma pesquisa e avaliou unidades de outros Estados como Rio de Janeiro, que desde 1989 já tem força especial, e São Paulo, que possui o Grupo de Intervenção Rápida (GIR) criado em 2001. Com base nos modelos e estudos, foi apresentado ao Governo a proposta de criação”, declarou.
No ano de 2010 houve o primeiro "Curso de Operações Penitenciárias Especiais (Cope)", que durou sete meses e capacitou 48 agentes penitenciários para atuarem nas forças especiais. No ano de 2011, teve o II Cope que teve coordenação da escola penitenciária, com duração de quatro meses, capacitando 115 agentes. Hoje o SOE conta com 160 homens.
De acordo com João Batista, o SOE atua em operações de alto risco dos presídios, como motins, recaptura de presos, rebeliões com ou sem reféns, ações em presídio com maior grau de execução e planejamento estratégico, retomada de controle carcerário e escolta de presos com alta periculosidade.
“A primeira grande ação e operação que contou com o SOE, foi no ano de 2013, na chamada “Operação Legalidade” onde vários celulares, drogas e armas artesanais foram apreendidos em posse dos detentos”, lembrou ele, que também informa que em uma varredura na Penitenciária Central do Estado (PCE), em um mês, 1.000 celulares foram apreendidos.
A unidade conta com granadas, armas calibre 12, espingardas com bala de elastômero, gás de pimenta e pistolas spark, dispositivo elétrico incapacitante não letal desenvolvida para uso das forças policiais, mais conhecida como armas de choque.
O presidente do sindicato espera novos agentes e realização de mais cursos para aperfeiçoar ainda mais os trabalhos nas penitenciárias.
“Já tivemos vários avanços nos últimos anos, porém é necessário, por parte do Governo, que realize mais cursos especializados, invista em capacitação dos agentes e aparelhe melhor os profissionais”, pontuou.
João Batista espera o Governo homologar os aprovados no último concurso de agente penitenciário, para cobrar o preenchimento de vagas de profissionais na área.
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