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Socos, empurrões, cotoveladas e tapas: vítimas relatam agressões no Ibirapuera

Ao menos cinco mulheres relatam ter sofrido agressões durante a prática de atividade física na pista de corrida do Parque Ibirapuera, na zona sul de São Paulo.

Segundo as denúncias, elas foram atingidas por agressores com socos, “tapaços” nas costas, empurrões e cotoveladas bem fortes. Uma das vítimas teve o braço quebrado. Outra quase lesionou o maxilar ao ser atingida no rosto.

Questionada, a Urbia, concessionária responsável pelo parque lamentou o ocorrido. Já a Secretaria Municipal de Segurança Urbana diz ter reforçado patrulhamento.

A mãe da médica Raquel Alencar quebrou o braço e rompeu ligamento inguinofemoral – estrutura anatômica localizada na região da virilha, após cair ao ser empurrada por um corredor.

“Ninguém foi atrás dele (corredor)e eu juro que só não fui porque a prioridade era ajudar a minha mãe, que estava deitada no chão”, relatou Raquel.

Ao Estadão, a Urbia disse ter prestado o atendimento à idosa. “O profissional de enfermagem constatou que a frequentadora apresentava dor no braço, sem escoriações e com os movimentos preservados”, afirma, em nota.

A artesã Gleice Koyama, 41 anos, foi atingida por um soco no olho direito durante um treino de corrida. A agressão ocorreu quando ela já estava encerrando um treino de 15 km e foi surpreendida por um forte impacto na face. Na hora, não conseguiu entender o que havia acontecido.

“Eu me desequilibrei e acabei até empurrando uma moça que estava na minha frente”, detalha Gleice. Ela correu para o banheiro e percebeu que havia sido agredida por um homem, não identificado, com um golpe próximo ao olho.

Na mesma semana, ela expôs um vídeo nas redes sociais no qual mostrava os ferimentos em seu olho e relatava o ocorrido. À época, acreditava que era um caso isolado, mas amigas próximas relataram episódios semelhantes. A partir de uma breve pesquisa no X (antigo Twitter), encontrou denúncias semelhantes.

Depois do episódio vivenciado por Gleice, outra corredora também usou as redes para falar sobre o assunto. A gerente internacional de vendas Noelle Pessoa chegou a ter um diálogo com seu agressor.

Ela conta que, no dia 19 de julho, fazia seu treino durante a manhã de sábado. Em direção contrária, Noelle conta que um desconhecido esperou “até o último instante” para desviar de sua rota – o que resultou em uma colisão que atingiu o maxilar da corredora e, consequentemente, fortes dores.

“Dependendo de como estivesse correndo, poderia ter sido derrubada e até batido a cabeça no chão”, conta ao Estadão.

Passados alguns segundos, confrontou o corredor para tirar satisfação. O sujeito teria levantado a voz e a ameaçado, por estar no “sentido contrário”. No parque, no entanto, não existe nenhuma regra de fluxo.

“Em um momento, levantei minhas mãos para tocar nos ombros dele e ele me ameaçou com um tapa, mas consegui me esquivar”, detalha. “Chegou um outro homem para apaziguar e aquele covarde acabou sumindo do mapa.”

Nas redes sociais não faltam relatos de agressões sofridas por mulheres durante exercícios no parque. Uma corredora relatou ter sofrido uma “cotovelada bem forte” enquanto treinava. “Um homem que estava vindo no sentido contrário a mim também passou e me deu uma cotovelada bem forte. Como passou bem rápido não pude ir atrás”, contou.

Outra mulher relatou ter visto um ciclista dar um “tapaço nas costas” de uma corredora que cruzou o seu caminho.

“Estava correndo no Ibirapuera, uma moça cruzou a ciclovia correndo, o ciclista que tava de speed deu um tapaço nas costas dela. Primeiro ele veio gritando, ela não ouviu porque tava de fone e ele simplesmente bateu nela.”

Estadão Conteudo

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