Os empresários Altair Baggio e Guilherme Lomba de Melo Assumpção sócios da empresa Multimetal Engenharia de Estruturas Ltda, que também pertencia a Janete Riva, esposa do ex-deputado José Riva, ostentavam vida incompatível com o seu patrimônio. A avaliação foi relatada pelo Ministério Público Federal (MPF) no documento que deu origem a deflagração da Operação Descarrilho, na manhã desta quarta-feira (9), feita pela Polícia Federal.
Altair Baggio é apontado pelo Relatório de Inteligência Financeira, elaborado pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF) por ter movimentado quantias incompatíveis com seu patrimônio. Entre os períodos de janeiro de 2014 e maior de 2015 teriam sido movimentado nas contas dele, entre créditos e débitos, um valor de mais de R$ 7 milhões.
O mesmo relatório de inteligência financeira afirma que foi constatada a realização de financiamentos supostamente incompatíveis com a renda dele, a exemplo do financiamento na BMW Financeira de um veículo no valor de R$ 77.037,95 em novembro de 2014.
Também revela outros gastos fora do seu padrão com a proposta de aquisição de um veículo da marca Lamborghini, modelo Gallardo, quitado antecipadamente em em abril de 2015
Além disso, cinco operações de financiamento individuais foram quitadas antecipadamente, incluindo a aquisição de uma Ferrari 458 Itália 2011, veículo avaliado em R$ 1.078.524,00 de acordo com a tabela Fipe, e uma Lamborghini Gallardo modelo 2011, avaliada em R$ 986.906,00.
Quanto ao sócio Guilherme Lomba de Melo Assumpção, o relatório teria identificado a realização de quatro depósitos em espécie, efetuado por ele, em favor da própria empresa Multimetal em um total superior à quantia de R$ 485.000,00.
Estes fatos justificaram a busca e apreensão na sede das empresas CR Almeida — Santa Bárbara que subcontratou a Multimetal Engenharia de Estruturas Ltda também alvo da investigação assim como nas residências de Altair Baggio e Guilherme Lomba Melo onde foram cumpridos os mandados judiciais na manhã de quarta.
Operação Descarrilho
A Polícia Federal iniciou a manhã desta quarta-feira (9) cumprindo mandados de busca e apreensão e condução coercitiva deferidos judicialmente em investigação conduzida pelo Ministério Público Federal e pela Polícia Federal.
A Operação Descarrilho apura os crimes de fraude a procedimento licitatório, associação criminosa, corrupção ativa e passiva, peculato e lavagem de capitais, em tese ocorridos durante a escolha do modal Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) e sua execução em Cuiabá.
A investigação aponta a existência de acertos de propina com representantes de empresas integrantes do Consórcio VLT Cuiabá-Várzea Grande e desvio de recursos por intermédio de empresas subcontratadas pelo consórcio. O valor desviado ainda está sendo levantado.
Dos 18 mandados judiciais de busca apreensão e condução coercitiva, 11 estão sendo cumpridos em Cuiabá-MT e um na cidade metropolitana de Várzea Grande. Outros seis são cumpridos em Belo Horizonte (MG), Rio de Janeiro (RJ), Petrópolis e São Paulo (SP).
O inquérito policial tramita perante à Justiça Federal – 7ª Vara da Seção Judiciária de Mato Grosso.
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