O rejeito de minérios de uma barragem que estourou em Nossa Senhora do Livramento (32 km de Cuiabá) há dois meses alerta um sitiante. O material está represando a água da chuva das últimas semanas e já atrapalha as atividades do cotidiano.
“O rejeito ficou da época em que a barragem estourou. Vieram limpar as áreas ao redor da represa, mas aquilo que escorreu para um pouco mais longe, não foi tirado, agora, com a chuva, os meus gados já estão indo beber água na mata onde água está represada pelo rejeito”, diz Sebastião Leite, 66.
Ele explica que o local de represamento está em área afastada de sua casa, mas dentro da propriedade, ao redor da represa da usina exploração de minerais. O local foi atingido pelo estouro da barragem em outubro deste ano.
“Não está perto da minha casa, os gados já estão indo para lá, isso quer dizer que não está longe assim. E isso nos preocupa porque a chuva deve aumentar nas
próximas semanas”.
Uma fonte ouvida pelo Circuito Mato Grosso disse na época que a barragem já mostra sinais de desgaste três meses antes do rompimento. Houve sinais de saturação de depósito, com a lama de rejeito vazando para locais além do delimitado pela construção. O problema já havia sido identificado por moradores.
Segundo o sitiante Sebastião Leite, as valas furadas para contenção extra do rejeito após o estouro também já mostram sinais de sobrecarga.
“Já informamos da decisão da prefeitura e a Dema (Delegacia do Meio Ambiente). A prefeitura veio tirou água do poço artesiano para análise. Mas, só isso. A Dema ainda apareceu”.
A reportagem entrou em contato com a Prefeitura de Nossa Senhora de Livramento, mas não teve retorno. A Dema informou que uma equipe iria ao local hoje à tarde.
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