Política

Sob escolta da PF, Lula chega ao velório do neto de 7 anos em São Bernardo

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou por volta das 11h deste sábado (02), ao Cemitério Jardim da Colina, em São Bernardo do Campo, para o velório e a cremação de seu neto Arthur Araújo Lula da Silva, que morreu nesta sexta-feira, 1º, em decorrência de uma meningite meningocócica. Sob escolta da Polícia Federal, o petista entrou no local por um portão alternativo à entrada principal, onde alguns manifestantes estavam reunidos.

Ele ficará cerca de uma hora com o corpo do neto, cuja cremação está marcada para as 12h. A ex-primeira-dama Marisa Letícia também foi cremada no mesmo cemitério em 2017.

Tudo o que envolveu a vinda do ex-presidente – horários, percursos e convidados para a cerimônia – foi mantido em segredo pelo partido. De assessores aos fundadores do PT, passando por amigos de Lula, todos se negaram a passar qualquer tipo de informação sobre a viagem. Trata-se de orientação dos advogados do ex-presidente, que se comprometeram com a Lava Jato a evitar com o silêncio a mobilização de apoiadores e detratores do ex-presidente.

A autorização para a despedida do neto foi concedida com base na Lei de Execução Penal, que estabelece a permissão de saída de presos para velórios e enterros de familiares, incluindo descendentes.

É a primeira vez que o ex-presidente deixa a carceragem da Polícia Federal em Curitiba, onde está desde abril de 2018. No mês passado, Lula foi impedido pela Polícia Federal de acompanhar o velório e enterro do irmão, Genival Inácio da Silva, o Vavá. A justificativa para o impedimento da saída de Lula na ocasião foi o risco de grande mobilização, que para a PF, “colocaria em risco a integridade” do petista.

O ex-presidente veio para São Paulo em aeronave do governo do Paraná, cedida a pedido da Polícia Federal, pelo governador Ratinho Júnior (PSD). Do aeroporto de Congonhas, foi levado a São Bernardo em um helicóptero da Polícia Federal.

Arthur visitou o avô por duas vezes na sede da PF, no ano passado. Ele é filho de Marlene Araújo Lula da Silva e Sandro Luis Lula da Silva, filho do ex-presidente e da ex-primeira-dama Marisa Letícia, morta em fevereiro de 2017.

Ao contrário do que ocorreu em casos anteriores, quando outros pedidos semelhantes do ex-presidente foram negados, os advogados de Lula se comprometeram desta vez a “não divulgar qualquer informação relativa ao trajeto que será realizado” e disseram que irão informar o local da cerimônia de sepultamento “diretamente à autoridade policial”.

Militantes petistas, desta vez, também decidiram não fazer atos em frente à Polícia Federal de Curitiba, em uma tentativa de “garantir todo o respeito e condições necessárias para que, ainda hoje [sexta], Lula tenha o direito de se despedir do neto querido”, segundo nota assinada pela Vigília Lula Livre.

Horas depois do pedido da defesa, o processo de execução penal de Lula, conduzido pela juíza Carolina Lebbos, foi colocado em sigilo nível 4. Assim, ele só pode ser visualizado pelo juiz e alguns servidores da vara.

No mês passado, a PF negou autorização para que o ex-presidente saísse da prisão para ir ao enterro do irmão, Genival Inácio da Silva, o Vavá, sob o argumento de falta de aeronaves e de risco à segurança de Lula e à ordem pública.

Redação

About Author

Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

Você também pode se interessar

Política

Lista de 164 entidades impedidas de assinar convênios com o governo

Incluídas no Cadastro de Entidades Privadas sem Fins Lucrativos Impedidas (Cepim), elas estão proibidas de assinar novos convênios ou termos
Política

PSDB gasta R$ 250 mil em sistema para votação

O esquema –com dados criptografados, senhas de segurança e núcleos de apoio técnico com 12 agentes espalhados pelas quatro regiões