Cidades

Sistema Cantareira chega 18% da capacidade de armazenamento

 
O Sistema Alto Tietê também dá sinais de esgotamento e chegou nesta manhã a 24,1% da capacidade. Ele abastece mais de 4 milhões de habitantes da Grande São Paulo. No começo de junho, o volume armazenado estava em 30,8%. Em março, a Sabesp anunciou a redução da captação do Cantareira e a complementação dele por meio de outros sistemas, incluindo o Alto Tietê. A chuva acumulada neste mês nas represas que formam o sistema está em 7,7 milímetros (mm), o que corresponde a 15,7% da média histórica, que é 49 mm.
 
A chuva chegou às represas do Cantareira há três dias. Ainda assim, o acumulado no mês (22,1 mm) está abaixo da média, que é 49,9 mm. De acordo com Neide Oliveira, do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a escassez é uma característica do inverno e, nos próximos dias, o tempo seco voltará. “Amanhã teremos mais nebulosidade, mas não há previsão de chuva até pelo menos o dia 16”, apontou. Para o segundo semestre, no entanto, a presença do El Niño pode trazer chuvas acima da média na primavera e no verão. O fenômeno é caracterizado pelo aquecimento anormal das águas do Oceano Pacífico que pode afetar o clima regional e global.
 
Para o professor Frederico Fábio Mauad, coordenador do Programa de Ciências da Engenharia Ambiental da Universidade de São Paulo (USP), a estiagem deste ano, no entanto, não justifica por completo a baixa histórica nas represas. “Não é um acaso da natureza, é falta de planejamento. Não é um ano de estiagem que causa um apagão no sistema de abastecimento. O nível não cai assim. Não é uma banheira que se tira o tampo e a água desce rapidamente. O nível vem caindo paulatinamente”, apontou. Ele estima que, se não houver chuva nos próximos meses, será necessário adotar racionamento em novembro.
 
Mauad destaca que a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) estabelece um mínimo de 1.400 metros cúbicos de água por habitante/ano (hab/ano). “É um volume para ser usado em 365 dias para todas as necessidades. Mas a conta não é linear, pois as pessoas que ficam mais longe dos sistemas de captação têm maiores dificuldades, porque existem muitas perdas de vazamento”, explicou. Segundo o professor, antes da crise, o índice destinado para os habitantes da região do Alto Tietê era de 200 metros cúbicos por hab/ano.
 
Ele avalia que, do ponto de vista técnico, é preciso trazer água de outras regiões e investir, sobretudo na redução drástica do desperdício. “Há muito vazamento, da ordem de 40%”, informou. Além disso, ele acredita ser necessário continuar fazendo campanhas de conscientização ambiental. “Água é um bem renóvavel e não infinito. As pessoas precisam estar conscientes disso”, apontou.
 
Agência Brasil

Redação

About Author

Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

Você também pode se interessar

Cidades

Fifa confirma e Valcke não vem ao Brasil no dia 12

 Na visita, Valcke iria a três estádios da Copa: Arena Pernambuco, na segunda-feira, Estádio Nacional Mané Garrincha, na terça, e
Cidades

Brasileiros usam 15 bi de sacolas plásticas por ano

Dar uma destinação adequada a essas sacolas e incentivar o uso das chamadas ecobags tem sido prioridade em muitos países.