Alunos, técnicos administrativos e professores da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) aderiram a paralisação nacional da educação nesta quarta-feira (15). Além disso, será realizado hoje um ato unificado da educação, com a expectativa de 5 mil pessoas presentes, na Praça Alencastro, em Cuiabá, às 14h, contra os cortes de verbas anunciados pelo Governo Federal, equivalente a 30% do orçamento das instituições.
A manifestação deve contar com uma passeata que sobe a Avenida Getúlio Vargas, desce pela Avenida Isaac Póvoas, passa pela Prainha e se encerra na Praça Alencastro.
Fábio Ramirez, coordenador geral do Sindicato dos Trabalhadores Técnico-Administrativos em Educação (Sintuf-MT) conta ao Circuito Mato Grosso que a paralisação e o ato tem apoio institucional da UFMT, visto que foi anunciado que os cortes devem impedir o funcionamento da instituição a partir de julho deste ano.
“Depois disso tem que cortar serviços como limpeza, manutenção de laboratório, auxílio estudantil e bolsas de pesquisa”, aponta o coordenador. No início de maio, Myrian Serra, reitora da UFMT, afirmou que com os cortes os serviços básicos como água, energia elétrica e segurança serão afetados.
“É inaceitável cortar dinheiro da educação! Aliás, o governo sempre disse que seria prioridade a educação. Nós não podemos aceitar essa situação!”, declara Fábio. Ele contou também que o ato terá participação de alunos e servidores do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (IFMT) e através do Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Público de Mato Grosso (Sintep), professores estaduais e municipais estão apoiando a causa.
Thays Amorim, 21 anos, é estudante do 8° semestre de jornalismo da UFMT e aponta que a mobilização dos estudantes representa uma luta que também é da sociedade. “O corte de 30% na UFMT vai causar um grande dano às pesquisas. A universidade já se encontra em uma situação difícil em diversos cursos, mesmo sem os cortes. Temos laboratórios sucateados, falta de verba para financiamento de pesquisas e falta de professores, entre outras situações precárias. É uma luta da sociedade, porque o que é produzido dentro da UFMT retorna à comunidade”, conta a estudante.
Segundo Thays, ir as ruas é mostrar os motivos da luta e a importância do ensino público de qualidade para todos. “Estarei nas manifestações com outros estudantes para mostrar que não iremos aceitar os cortes, que não iremos aceitar uma educação sucateada”.
Entenda sobre os cortes
Os cortes equivalentes à 30% do orçamento das universidades e instituto federais foram anunciadas pelo ministro da Educação, Abraham Weintraub, no início do mês de maio. No orçamento da UFMT, a medida representa o valor de R$ 34 milhões, afetando diversos serviços da universidade.
Ao contrário do que foi imformado pelo próprio ministro na época, de que haveria investimento na educação básica, esta também sofreu bloqueios de verba. De acordo com a revista Exame, foram bloqueados R$2,4 bilhões de investimento em programas da educação infantil ao ensino médio.
Na última terça-feira (14), deputados do do PSL, partido do presidente Jair Bolsonaro, estavam divulgado que havia ocorrrido um recuo por parte do Governo Federal e que os cortes estavam suspensos, porém o Planalto negou e afirmou que os cortes continuam.