A greve dos professores deverá ser mantida mesmo com a decisão do governo de começar a demitir os profissionais que não retornarem para o trabalho nas próximas horas. O professor Henrique Nascimento, membro da direção do Sintep (Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Público de Mato Grosso) diz que o governo não tem autorização para quebrar vínculo empregatício dos grevistas.
“Isso [a hipótese de demissão] já aparece em documento protocolado pelo governo no sindicato mesmo antes do início da greve, não é novidade para nós. Eu tenho a dizer que ele perdeu a chance de encerrar a greve hoje por não apresentar no fim de semana, prazo pedido para analisar os dados, nenhuma proposta. Vamos recorrer”.
A Secom (Secretaria de Comunicação) divulgou no fim da manhã de hoje (5) a decisão de substituir os professores em greve sob a orientação da PGE (Procuradoria Geral do Estado). O órgão afirma que ausência dos professores nas atividades do trabalho está ilegal, visto que a justiça já determinou, na semana passada, que as aulas fossem retomadas em até 72 horas.
A decisão monocrática foi tomada pela desembargadora Maria Erotides Kneip no dia 30 de junho que atendeu recurso do Estado. O Sintep recorreu de decisão e aguarda análise do recurso. “A decisão da justiça não autoriza o Estado a tomar essa medida, que mostra que esse governo é um governo truculento, que parece querer colocar as decisões judiciais embaixo do braço”, diz o sindicalista.
Uma assembleia-geral, a primeira desde a série de decisões judiciais e do governo nos últimos dias, está programada para as 14h, para avaliar o andamento do movimento. “Mas, já adiantou que sem documento do governo não tem por que votar o fim da greve”. A suspensão das aulas completa nesta segunda 71 dias.
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