O presidente do Sindicato dos Servidores Penitenciários do Estado de Mato Grosso (Sindspen-MT), João Batista, divulgou nesta quarta-feira (21), através de nota que para o sistema penitenciário a permanência ou não do preso João Arcanjo Ribeiro é irrelevante. Segundo ele o sindicato têm recebido muitos questionamento em relação à decisão do juiz Jorge Luiz Tadeu Rodrigues, da Vara de Execuções Penais de Cuiabá, que determinou a progressão de pena, de regime fechado para o semi-aberto, para o ex-bicheiro.
A decisão foi expedida na segunda-feira (19) e de acordo com o documento, Arcanjo deve passar por audiência admonitória no Fórum da Capital na próxima segunda-feira (26), às 14h.
O presidente também se mostrou favorável à liberdade de João Arcanjo e ironizou, dizendo que hoje dentro do Estado existe a desculpa de que ele [Arcanjo] era um preso que tinha alto poder de manipulação, não só do capital como também de pessoas poderosas, porém, hoje também tem pessoas poderosas manipulando e nem sequer estão na cadeia. "Eles estão do lado de foram e continuam articulando e dentro da unidade também tem preso de alta periculosidade que são de facção criminosa que vão acabar indo pra rua já que não existe prisão perpétua na justiça brasileira”, frisou.
Na audiência marcada para a próxima semana, a justiça estipulará as medidas cautelares que devem ser cumpridas pelo réu, dentre elas o uso de tornozeleira e o recolhimento do passaporte. Do Fórum, Arcanjo não deverá mais retornar para a Penitenciaria Centra do Estado de Mato Grosso (PCE). João Batista falou ainda da segurança do preso até local da audiência.
“A respeito da escolta, não podemos falar por motivo de segurança, mas, podemos dizer que ele será conduzido para a audiência admonitória com toda segurança e não vai necessariamente precisar de reforço na segurança”, disse.
Ainda na nota, representando a todos os servidores do sistema carcerário, o presidente aproveitou para ressaltar a falta de investimento do Governo no seguimento. “Para nós, o mais importante é criar estrutura adequada para que possamos custodiar todos os mais de 11 mil presos que temos independente de ser João Arcanjo, preso de facção criminosa. O importante é que o Estado investisse em melhoria da estrutura, coisa que infelizmente o Governo não tem feito. Se a justiça decidir por liberar a saída dele, cabe a nós executores, executar e colocar em liberdade, conforme delibera a justiça”, concluiu.