O Sindicato dos Médicos de Mato Grosso (Sindimed/MT) reagiu contestando o relatório do Tribunal resultado de auditoria realizada pelo Tribunal de Contas de Mato Grosso (TCE-MT) na prestação de serviços médicos do Sistema Único de Saúde (SUS) em Cuiabá que apontou que em 51% das unidades de saúde visitadas não havia médicos para atender a demanda. O relatório foi divulgado pelo TCE na semana passada.
“O Sindimed vem a público declarar que já vem alertando desde o ano passado que a responsabilidade de garantir médicos nos postos de trabalho é da gestão municipal e que os baixos salários, a falta de segurança, estrutura física, além da falta de medicamentos e exames contribuem decisivamente para o absenteísmo”, diz nota do sindicato divulgada na manhã desta sexta-feira (18).
Segundo a análise do TCE-MT, os médicos das unidades visitadas cumprem menos de 50% da carga horária para a qual foram contratados. Isso porque, a auditoria apontou que a carga horária efetivamente trabalhada é de 269,50 horas por semana, quando eles seriam contratados para trabalhar 620 horas semanais.
“Apesar de sermos contrários às faltas injustificadas, encontramos falhas no relatório, inclusive apontadas pelos próprios auditores, que nos levam a questionar alguns resultados”, diz a nota, citando ainda que ficou atestado o cumprimento de 100% da carga horária pelos médicos nas UPAS e policlínicas “e não obstante as pessoas demoram 2 a 6 horas para serem atendidas, comprovando a insuficiência de médicos nesse local diferentemente do que foi alegado pela gestão da SMS na auditoria”.
A auditoria do TCE foi realizada em 47 unidades de atenção básica e secundária (Centros de Saúde, Unidade de Saúde da Família, Policlínicas, Unidades de Pronto-Atendimento e Unidade Básica de Saúde) em períodos diferentes.