Somente na semana passada, foram mandados embora 170 funcionários do setor rural (colheita). No início deste ano, já haviam sido mandados embora 21 empregados da indústria (fabricação de açúcar e álcool).
Segundo o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Fabricação do Álcool (Sintiálcool), as demissões foram sumárias, sem aviso prévio aos trabalhadores. No último dia 14 de janeiro, a empresa reuniu-se com a entidade para propor o pagamento parcelado dos débitos trabalhistas, o que é ilegal, alegando não ter dinheiro em caixa para a quitação total do montante.
Entre os demitidos,há funcionários com até 30 anos de casa. E que agora estão sem saber o que fazer, segundo explica o presidente do Sintiálcool, Jacil Benedito de Ambrósio. “Os trabalhadores estão sem nada, apavorados, sem saber o que fazer. São trabalhadores com longo tempo de serviço prestado e que não estão sendo respeitados. A empresa deveria pelo menos ter respeitado o direito do trabalhador, tentar junto com o sindicato uma solução que não os prejudicasse tanto”.
Os operários estão indignados com o que consideram uma grande falta de respeito por parte da empresa e pretendem protocolar na semana que vem ação contra a empresa, em nome do Sintiálcool, do Sindicato Rural e da Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Estado de Mato Grosso (FETAGRI), exigindo o pagamento integral da dívida.
Com capacidade de produção de 5,5 milhões de sacas de açúcar e 250 milhões de litros de álcool por ano, a Itamarati alega que irá diminuir sua folha de pagamento de R$ 6 milhões para R$ 4 milhões.
“Eles não chegaram nem a se reunir com os trabalhadores, não dialogaram, apenas disseram que essa é a única coisa a ser feita. Em alguns casos, a proposta é de parcelar os débitos em até 22 parcelas. Isso é absurdo e não vamos aceitar que uma empresa deste porte aja assim com os trabalhadores”, comentou o José Ronaldo de Santana, um dos diretores do Sintiálcool.
Segundo a entidade, há boatos de que serão demitidos mais 100 trabalhadores da indústria e 300 da zona rural. Uma das maiores produtoras de açúcar e de álcool do Estado, a Usina Itamarati contava com cerca de 2.300 trabalhadores, sendo 450 na indústria.
Assessoria