O Sindicato dos Delegados de Mato Grosso repudiou a transferência dos delegados Anderson Veiga e Lindomar Tofoli da Defaz (Delegacia Especializada de Crimes Fazendários) para a Diretoria Metropolitana de Cuiabá. A presidente do sindicato, Maria Alice Barros Amorim diz que a decisão da PJC (Polícia Judiciária Civil) não possuem “razões fáticas” e nem “fundamentação legal”.
“É importante ressaltar que se trata de dois delegados de ilibada conduta, extremamente competentes e experientes no combate ao crime contra a ordem tributária e administração pública, sempre trabalharam com independência e autonomia e nunca se submeteram a pressão externa no exercício de suas funções”, diz ela em nota de repúdio divulgada nesta terça-feira (3).
A notícia das transferências foi divulgada ontem (2) pela PJC horas após a publicação, pela imprensa, de carta em que o prefeito Emanuel Pinheiro pede que a Assembleia Legislativa apure suposta pressão, dentro da Polícia Judiciária, para a incriminação dele na investigação do caso de compra de votos na Câmara de Cuiabá.
Anderson Veiga e Lindomar Tofoli são citados na carta do prefeito como delegados “incumbidos” de fazer a investigação direcionada. A direção do PJC disse em nota que não há relações entre os fatos e que a transferência, que pode ser realizada conforme a necessidade da corporação, ocorre por enxugamento no quadro de funcionários.
“Suas trajetórias foram marcadas pela defesa da sociedade com idealismo e convicção, possuem uma história em Mato Grosso construída com muito trabalho e dedicação e, portanto, gozam de irrestrito apoio e consideração de toda a categoria”, pontua a delegada Maria Alice Barros Amorim.
A suposta designação dos delegados é atribuída por Emanuel Pinheiro à influência política do governador Mauro Mendes na Defaz. A servidora Elizabete Maria de Almeida, lotada no hospital São Benedito, prestou depoimento à Defaz sobre a suposta compra de votos para a cassação do vereador Abílio Junior (PSC). O prefeito Emanuel Pinheiro foi implicado no caso por ela.