“Essa falácia denigre a imagem dos servidores junto à sociedade e desvia o foco dos verdadeiros motivos de crise”, diz a nota assinada pelas entidades e que aponta os incentivos fiscais concedidos sem nenhum acompanhamento, e sem a mínima transparência à sociedade, como um dos responsáveis pela crise financeira do Estado. “Falta apuração dos retornos sociais de tais incentivos”.
Os sindicalistas também culpam o excesso de cargos comissionados nos órgãos públicos, em sua maioria, segundo eles, ocupados por pessoas sem qualquer qualificação e experiência técnica, e inclusive muitos respondendo a processos criminais e com passagem pela polícia. Neste item os servidores incluem a contratação de pessoas em empresas terceirizadas para fazer função de servidores efetivos, que além de ser oneroso ao erário também contribui para o déficit da previdência do Estado (Funprev).
Irritados com o resultado da “pesquisa” divulgada pelo economista, os servidores representados pelas 15 entidades ainda criticam o que chamam de “amadorismo” nas gestões dos órgãos e descontinuidade de trabalho em setores estratégicos, aliados à falta de um sistema rígido de estatísticas no Estado para detectar os principais problemas sociais a serem combatidos, desperdiçando recursos públicos.
“Falta fiscalização adequada nos processos licitatórios, como no caso dos maquinários, por exemplo, e transparência nos pagamentos dos precatórios. Também notamos a centralização de poder e falta de fiscalização em relação à Conta Única do Estado, favorecendo a corrupção e formação de quadrilhas que roubam milhões dos cofres públicos”.
Finalmente, observam que o governo defendeu a vinda da Copa 2014 a Cuiabá, tendo ciência de que o Estado não tinha recursos suficientes para tais despesas por conta da situação tributária, fazendo assim com que Mato Grosso “desse um passo maior do que a perna”.
Na opinião do Fórum Sindical, que congrega todas essas entidades, estes, de fato, são os verdadeiros motivos do Estado e seus órgãos estarem numa situação de sucateamento sem precedentes, afetando inclusive os repasses às prefeituras.
A folha de pagamento dos servidores públicos estaduais, de todos os poderes, injeta na economia de Mato Grosso mais de R$ 250milhões por mês, o que movimenta o comércio e as empresas de serviços, e consequentemente, volta aos cofres públicos por meio de tributos.
“São esses setores que realmente repassam os impostos devidos ao Estado e, dessa forma, quem realmente gera empregos no Estado e movimenta a economia são os trabalhadores que aqui gastam seus salários, quer seja servidor público, quer seja funcionários de empresas privadas”.
Assinam o manifesto: Sintep, Sinterp, Sinetran, Sinfate, Sintema, Siagespoc, Sintap, Sinpp, Sinpaig, Sindspen, Sindpeco, UGT, Assof, Assoade, ACSBMPM. (Com assessoria)
Por Sandra Carvalho – Da editoria
Fotos: Pedro Alves