Jurídico

Silval será ouvido em novo interrogatório nesta sexta-feira (4)

Foto: Ahmad Jarrah

Silval da Cunha Barbora, ex-governador que se encontra preso por supostamente liderar uma organização criminosa, será o último réu a ser ouvido nesta sexta-feira (4), após um pedido de reinterrogatório que foi solicitado pela sua defesa. Além de Silval, já foram ouvidos pelo mesmo pedido o ex-secretário de Fazenda, Marcel Souza de Cursi, e o ex-chefe de gabinete de Silval, Silvio Cézar Correa Araújo.

A audiência, referente a operação Sodoma I, será na 7ª Vara Criminal, de responsabilidade da juíza Selma Rosane Arruda. O que o ex-governador vai falar ainda é um mistério, uma vez que a única semelhança nos interrogatório dos outros dois réus foi a autodefesa. Silvio usou de histórias que alega ter acontecido em relação ao ex-secretário da Casa Civil, Pedro Nadaf, que confessou os crimes cometidos e colabora com as investigações.

No depoimento de Silvio Correa a defesa de um dos réus levantou a questão de uma suspeita de insanidade mental por parte, do réu Pedro Nadaf, que teria passado por “surtos psicóticos” e pediram um laudo para atestar a sanidade de Nadaf. A juíza na oportunidade negou o pedido.

Já Marcel fez uma juntada de documentos para colocar em evidencias alguns pontos, como o mesmo disse. No dia do depoimento de Marcel, o ex-secretário de Fazenda levou uma ‘pilha’ de documentos para esclarecer alguns pontos em que foi acusado e fazer a sua defesa.

Na oportunidade ele afirmou que se há uma organização criminosa, ela é liderada por Pedro Nadaf. Em outra situação ele afirma que foi preso por supostos R$ 5 mil, a magistrada interrompe o réu e alerta que ele não foi preso pela quantia, mas por ter sido acusado de desvio de dinheiro e que para isso não depende de quantia.

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Cursi: Se existe uma organização criminosa ela está sendo liderada por Nadaf

Sodoma I

A denúncia criminal é resultado da Operação Sodoma deflagrada pela Polícia Civil que revelou a “venda” de incentivos fiscais para empresas mediante pagamento de propina. Os suspeitos teriam montado um esquema criminoso de corrupção e lavagem de dinheiro, em 2013 e 2014, relacionado à concessão de incentivos fiscais, por meio do Prodeic (Programa de Desenvolvimento Industrial e Comercial de Mato Grosso).

O Ministério Público Estadual (MPE) denunciou o ex-governador e os ex-secretários de Estado Pedro Nadaf e Marcel de Cursi pelos crimes de concussão (praticado por funcionário público, em que este exige para si ou para outrem, vantagem indevida), extorsão, lavagem de dinheiro e organização criminosa. 

Também foram denunciados pelos mesmos crimes o ex-chefe de gabinete de Silval Barbosa, Sílvio Cézar Corrêa de Araújo, o procurador do Estado aposentado, Francisco Andrade de Lima Filho e a funcionária da Fecomércio (Federação do Comércio), Karla Cecília de Oliveira Cintra.

Em depoimento à Delegacia Fazendária (Defaz), o empresário João Batista Rosa, um dos sócios do grupo Tractor Parts, confessou ter pago R$ 2,5 milhões em propina para ter suas empresas inclusas no CEDEM (Conselho de Desenvolvimento Empresarial).

Valquiria Castil

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