Jurídico

Silval revela que Guilherme Maluf recebeu R$ 2 milhões em fraude no MT Saúde

O ex-governador Silval Barbosa (PMDB), em delação à Procuradoria Geral da República (PGR),  revelou  que o deputado estadual Guilherme Maluf recebeu ao menos R$ 2 milhões através de fraude operada no pagamento de dívidas atrasadas do Mato Grosso Saúde (MTSaúde).  A informação consta na delação de Silval à Procuradoria Geral da República (PGR) divulgadA na última sexta-feira (25).

Ex-secretário da SAD, César Roberto Zílio Araújo

Segundo Silbal Barbosa, o ex-secretário da Secretaria de Administração do Estado (antiga SAD), César Roberto Zílio Araújo e Maluf o teriam pressionado no ano de 2012 para que liberasse a verba pública no sentido de quitar déficit de R$ 40 milhões existencial do programa. Feito isso, os proprietários dos hospitais prestadores de serviços repassariam a Maluf percentual de 10% provenientes da dívida.

Silval destacou ainda em sua confissão que, o dono do Hospital Santa Rosa pediu o dinheiro sujo afirmando que “resolveria” um débito que possuía com o empresário Valdir Piran, na ordem de R$ 2 milhões.

Valdir chegou a ser preso na 4ª fase da Operação Sodoma que desarticulou quadrilha criminosa que agia por intermédio factoide. Todavia, ele foi solto em setembro do ano de 2016, quando teve a prisão revogada pela juíza Selma Arruda, por entender de imediato que o réu se comprometeu a colaborar, efetivamente, com a Justiça. Nessa época, Maluf não havia sido citado no processo penal referente ao esquema, pois ser tratava de um outro caso de fraude.

Na delação “monstruosa” – considerada pelo ministro do STF Luiz Fux – Barbosa detalhou, inclusive, que após a conversa com ambos gestores, se comprometeu a pagar dívidas atrasadas em oito parcelas respectivas, tendo ainda, mantendo em dia os boletos vencidos a partir daquela data, pois o dinheiro teria sido repassado ao então responsável pela pasta em questão César Zilio.

Além disso, o ex-chefe do Palácio Paiaguás disse que a empresa Remanso Prestadora de Serviços e Terceirizados Ltda, realizou pagamento de R$ 2,5 milhões. A privativa realizava trabalhos de administração e controle do Programa de Pagamentos Hospital.

Desse montante desviado dos cofres públicos, R$ 1 milhão foi dividido pela metade entre o ex-secretário Adjunto da Casa Civil, Adjaíme Ramos de Souza, e o próprio governador Silval Barbosa, tendo o dinheiro não sido declarado.

Quarta fase da Sodoma

A 4ª fase da Operação Sodoma foi deflagrada no dia 26 de setembro de 2016, onde uma nova prisão preventiva contra Cursi foi decretada pela juíza titular da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, Selma Rosane Santos Arruda.

O foco da Operação Sodoma é o desvio de dinheiro público realizado através de uma das três desapropriações milionárias pagas pelo governo Silval Barbosa,  durante o ano de 2014. Os trabalhos de investigações iniciaram há mais de um ano.

O alvo das investigações nesta fase da Sodoma foi um esquema de cobrança de R$ 15,8 milhões envolvendo a desapropriação de uma área de 55 hectares situada no bairro Jardim Liberdade em Cuiabá que custou aos cofres públicos o valor aproximado de R$ 31 milhões. O imóvel estava avaliado em R$ 17,8 milhões.

Do total supostamente desviado, o ex-governador Silval Barbosa (PMDB) teria lucrado R$ 10 milhões e repassado o dinheiro a Piran por meio da empresa SF Assessoria, do empresário e delator Filinto Muller, como pagamento de uma dívida de campanha eleitoral.

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Redação

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