Foto Ahmad Jarrah
Silval Barbosa (PMDB) foi levado hoje (23), para prestar depoimento na Delegacia Fazendária, em decorrência de provas encontradas pela terceira fase da operação Sodoma. Após três horas, o ex-governador deixou o prédio alegando inocência, “Aqui todo mundo que mente fala que deu dinheiro para mim. Se ele nem me conhece. Aqui tudo que falam é verdade”.
Nas investigações desta etapa, é a primeira vez que Silval aparece como agente ativo no esquema de corrupção, "teve situações de negociação de pagamento de propina, que segundo depoimentos, o Silval estava presente no contexto do fato", afirmou o delegado Lindomar Tofolli, que conduz a terceira fase da operação.
A ação policial Sodoma 3 investiga um esquema de corrupção durante a gestão de Silval Barbosa, que cobrava suborno em troca de incentivos fiscais do governo do Estado. Segundo Tofolli, a Polícia Civil não tem mais dúvidas de que o ex-governador Silval Barbosa (PMDB) era o líder da organização criminosa.
O empresário Willians Paulo Mischur acusa Silval de ser beneficiário de um esquema que pagou ao longo de 2011 a 2014, propinas mensais no valor de R$ 600 mil a R$ 700 mil. O ex-governador negou qualquer relação com o empresário e acrescentou, "Cheguei aqui e vi que o inquérito está concluso não tem o porquê depôr. A gente acompanha do presídio e pela imprensa, o que se passa. Eu vi do presídio, ele falou que o inquérito já está fechado, que tinha corrupção desde o governador Maggi. Achei estranho. No inquérito não vi ninguém dos outros governos".
Junto com Silval, também foram expedidos mandados de prisão para os ex-secretários de Estado Pedro Nadaf (Indústria e Comércio e Casa Civil) e Marcel de Cursi (Fazenda).
Entenda as fases anteriores da Operação Sodoma
Silval foi preso durante a primeira fase da Operação Sodoma, que denunciou um esquema de corrupção e lavagem de dinheiro, onde seria cobrada propina para a concessão de incentivos fiscais pelo Prodeic (Programa de Desenvolvimento Industrial e Comercial de Mato Grosso). O esquema teria lucrado R$ 2,6 milhões, entre 2013 e 2014.
Junto com Silval também foram presos os ex-secretários de Estado Pedro Nadaf (Indústria e Comércio e Casa Civil) e Marcel de Cursi (Fazenda). No decorrer das investigações, foi descoberto um novo braço da organização criminosa, desta vez dentro da Secretaria de Estado de Administração.
A segunda fase se refere à compra de um terreno na Avenida Beiro Rio, em Cuiabá, por R$ 13 milhões. Segundo a Polícia Civil, este negócio imobiliário era fachada para lavar a propina paga por empresários, que firmaram contratos com o Governo do Estado na gestão passada. Nesta etapa, foi preso o ex-secretário de Estado de Administração César Zílio, no dia 11 deste mês.
O mandado de prisão para Silval, os secretários de Estado Pedro Nadaf (Indústria e Comércio e Casa Civil) e Marcel de Cursi (Fazenda) fazem parte da terceira etapa da Operação Sodoma. Deflagrada dia 11 deste mês, os indícios apontam para o pagamento de R$ 500 mil a R$ 700 mil mensais em suborno para membros da Secretaria de Estado de Administração entre os anos de 2011 e 2014. No período, as propinas totalizariam cerca de R$ 24 milhões.