Má gestão leva saúde e educação ao caos
As ruas gritaram por saúde, educação, segurança e pelo fim da corrupção. Na contramão da história, o atual governo de Mato Grosso patrocina uma greve histórica de trabalhadores da educação que estão com os braços cruzados há mais de dois meses e sem solução definida porque o governo não dialogou francamente com a classe,reapresentando a mesma proposta nas poucas rodadas de negociação. Escolas caídas, construções escolares sem a devida fiscalização durante as obras e após a conclusão, baixa estima de professores e alunos, são alguns itens que colocam a educação de Mato Grosso num crescente de jovens e adultos fora das salas de aula, diminuindo a escolarização da população, dados colhidos na última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad).
Com diminuição gritante no orçamento da Polícia Judiciária Civil, o governo Silval Barbosa dotou um orçamento de pouco mais de R$ 9 milhões para 2014 para o setor, justamente o ano em que serão realizados os jogos aqui na capital pela Copa do Mundo de Futebol. Esse montante é menor do que a Secretaria Estadual de Trabalho e Assistência Social (Setas) iria gastar na compra de 120 mil jogos de cama para serem distribuídos em ano eleitoral, ao valor de R$ 10 milhões, ação que não se concretizou por ação do Ministério Público Estadual (MPE), depois de denúncia do Circuito Mato Grosso.
Em que pese a arrecadação do Estado estar crescendo a cada ano, setores essenciais como a saúde sofrem com pacientes em filas intermináveis para atendimento, pessoas morrendo sem conseguir realizar cirurgias, exames de prevenção marcados para datas longínquas, prédios de atendimento interditados por falta de manutenção e a Justiça promovendo o ápice do descaso decretando ‘improbidade administrativa’ aos quatro últimos secretários estaduais de Saúde por descumprimento de ordens judiciais. Além de fornecer uma atenção básica deficiente, o governo entrega parte do atendimento às Organizações Sociais de Saúde (OSS), que oferecem serviços eletivos a um preço muito alto.