A Federação Espírita do Estado de Mato Grosso (Feemt) promove nos próximos dias 1 e 2 de agosto o seminário Sexualidade e Saúde Espiritual, em sua sede no bairro Morada do Ouro. Sexo e questões relacionadas à sexualidade são assuntos que, até pouco tempo, eram tabus serão o norte do seminário, que terá como facilitadores o psicoterapeuta transpessoal Alírio de Cerqueira Filho e o comunicólogo Afro Stefanini II.
O tema, com o passar dos anos, foi de um extremo ao outro, sendo hoje objeto de análise desde os estudos mais profundos no campo comportamental humano, até os comentários mais indiferentes nas rodas de conversa de escolas, universidades, empresas e reuniões de família.
A superexposição do tema pode parecer inofensiva e, em um primeiro momento, até saudável, mas a superficialidade decorrente deste processo é muito grave, segundo Alírio. “A temática tem sido tratada de forma muito leviana, superficial, em que há um culto hedonista no qual o prazer a qualquer custo é colocado em primeira instância.”
Segundo ele, o processo da análise superficial das questões relacionadas à sexualidade leva a um ‘sexualismo’ cada vez mais desenfreado, a uma proposta de sexolatria (o culto ao sexo). “Sem sexo não há como ser feliz – é o sexo de uma maneira totalmente equivocada, totalmente centrada no puro prazer sensual e não no complemento de uma relação afetiva, como deve ser”, acrescenta.
Segundo o psicoterapeuta, formadores de opinião, como sexólogos, doutores e professores, que buscam uma abordagem materialista do tema, têm também sua responsabilidade no processo. “Eles tratam o sexo de um ponto de vista puramente material, em que tudo não passa de gozos do corpo perecível. E que a pessoa deve usufruir esse gozo até à exaustão, de todas as maneiras possíveis, como se isso fosse um direito dela, de viver isso como um direito. As pessoas que não têm um orgasmo são pessoas que não têm uma qualificação como ser humano integral”.
Alírio, que também é vice-presidente da Feemt, aponta o paradoxo formado pela abordagem dos sexólogos: “Eles trabalham para tratar as parafilias, ou seja, as doenças psíquicas ligadas ao sexo, mas ao mesmo tempo estimulam a sexolatria. Somente quando os distúrbios fogem do ‘normal’ é que são tratados como aberrações”.
Dentro desse contexto, Alírio pontua que existe um esforço por parte do Movimento Espírita organizado em disseminar o convite ao aprofundamento das reflexões relacionadas às questões sexuais. “Dentro de uma visão do Espírito imortal, é preciso que se leve em conta a Lei de Amor, da Justiça e da Caridade. Se o Espírito se utiliza do sexo agindo com desamor, injustiça e de falta de caridade consigo mesmo, ou usando o outro com desamor e injustiça e falta de benevolência, ele está usando do sexo na contramão da vida”, afirma.
O seminário Sexualidade e Saúde Espiritual é baseado na obra de mesmo nome publicada pela Editora Espiritizar, captada em entrevistas mediúnicas com Espíritos Superiores e organizada pelo próprio escritor e orador espírita Alírio. “A ideia é fazer vários seminários desse livro. Nesse primeiro, estudaremos o tema sem a pretensão de esgotá-lo, analisando ponto por ponto as questões apresentadas e o sentido das respostas na vida das pessoas, fazendo um paralelo com outras obras, para que possamos aprofundar e compreender tudo aquilo que os Espíritos Superiores já relataram em suas comunicações mediúnicas [quando um Espírito fala por intermédio de um médium]”.
Sobre a diferença entre sexo, sexualidade e sexualismo, Alírio parafraseia a obra que embasa o seminário ao pontuar que “sexo é função biológica, enquanto sexualismo é o culto ao sexo de forma indevida, ou seja, fazer do ato sexual e de todas as manifestações da libido uma meta, um objetivo falso a ser alcançado. A sexualidade, porém – segundo o palestrante – é uma manifestação natural do processo no qual o Espírito viaja pela reencarnação em corpos femininos e em corpos masculinos vez que outras, mas nada tem a ver com a questão erótica e viciosa”.
Finalizando, o facilitador pontua que a abordagem não expressa preconceitos, condenações a qualquer pessoa que esteja numa postura sexualista. Mas, ao mesmo tempo, esclarece todos os pontos que o ‘sexualismo’ gera de conflito e de dor para a criatura, e convida à busca da sexualidade como complemento das relações afetivas. “Tudo é esclarecido com muito respeito, de modo a consolar os que estão vivendo a questão sexual de maneira perturbadora”, conclui.
No sábado (1) a palestra começa vai das 8h às 12h e das 14h às 18h. Já no domingo (2) o evento ocorre apenas no período matutino, das 8h30 às 12h30. A Feemt fica na Av. Djalma Ferreira de Souza, nº 260, setor Oeste, Morada do Ouro, Cuiabá e, para os que não puderem comparecer, será realizada transmissão ao vivo, através do www.espiritizar.org/aovivo. Mais informações: (65) 3644-2727. (Com Assessoria)
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