Cadelinha Nina corre para a casinha quando se assusta com barulhos fortes (Foto: Mariana Ferreira/Arquivo Pessoal)
Fim de ano chegando e são muitos os que gostam de comemorar o Ano Novo soltando fogos de artifício. Se a beleza das luzes coloridas atrai as pessoas, por outro lado o som forte apavora muitos animais domésticos, como cães e gatos.
A cadelinha Nina, de 11 anos, é dessas que mal pode ouvir o estrondo que já corre para se esconder e treme toda de medo. A dona dela, Mariana Lisboa Ferreira, conta que quando está por perto nesses momentos tenta ficar próxima à cachorrinha e distraí-la para passar o susto: “Eu converso com ela, brinco, tento mostrar que está tudo bem. Eu fico com dó porque ela assusta muito fácil, até com um relâmpago ou trovoada e nem sempre estou por perto para ajudar”.
A veterinária Patrícia Zanini Floridi explica que isso ocorre porque a audição de cães e gatos é cerca de seis vezes mais aguçada que a dos seres humanos. Além disso, o medo também ocorre porque os animais não entendem o motivo do barulho.
“Não são todos os animais que sentem medo e entre os que sentem, há reações diferentes. Já atendi cachorro que tinha problema de coração e que assustou tanto com o barulho dos fogos que acabou morrendo, mas isso é mais raro”, conta a veterinária.
Segundo Patrícia, nesses casos em que já se sabe que o animal possui doenças cardíacas, o ideal é consultar o veterinário de confiança para avaliar se vale a pena fazer uso de sedativos ou ansiolíticos em dias que serão soltos muitos fogos de artifício, como no Ano Novo.
Ela explica ainda que a técnica “Tellington Touch” pode ajudar a amenizar os efeitos. A ação consiste em envolver o animal em um pano firme que ative a circulação sanguínea na região do dorso, transmitindo sensação de segurança e diminuindo o medo provocado pelo som forte, mas a técnica deve ser testada antes.
“É preciso que o dono pesquise como se faz e tente envolver o animal com o pano pelo menos uma vez antes de usar durante um dia de estouro de fogos. Isso porque nem todo animal vai aceitar estar amarrado, alguns podem reagir ao contrário, ficando mais agitados ainda. Por isso é interessante ver se o animal aceita a técnica”, destaca.
A principal dica da veterinária em dias de comemorações como o Ano Novo é já deixar o animal em um ambiente fechado no qual se sinta seguro para amenizar o medo e impedir fugas. “Nessa época do ano aumentam muito os animais que fogem, quando donos se distraem com os fogos e deixam o portão aberto e o cão assustado sai correndo sem controle. É preciso muita atenção nesse ponto”.
É exatamente o que a dona Mariana faz quando sabe que não estará por perto da cadelinha Nina. “Ela só se acalma na casinha dela ou no meu quarto. Então quando sei que não vou estar em casa, deixo a porta do meu quarto aberta para ela entrar lá e se sentir mais protegida”, conclui.
Fonte: G1