A produção industrial mato-grossense encerrou o terceiro trimestre do ano com saldo negativo, completando três períodos seqüenciais de queda em 2019, superando inclusive, os resultados apurados na média nacional.
Conforme dados da Pesquisa Industrial Mensal, divulgada ontem pelo IBGE. Puxada pela perda de fôlego em setores importantes da produção estadual, como alimentos e madeira, a indústria mato-grossense contabilizou no primeiro trimestre (janeiro, fevereiro e março) a maior retração anual na comparação sobre o mesmo período do ano passado, -4,5%. No segundo trimestre (abril, maio e junho), -3,9% e no terceiro trimestre (julho, agosto e setembro), -4,3%. No País, o saldo do período foi de -2,1%, -0,8% e de -1,2%, respectivamente.
A indústria de alimentos foi a que mais perdeu ritmo de produção no Estado, como relevam os dados do IBGE. O desempenho é negativo em todos os períodos de comparação: anual (em relação a setembro do ano passado), -3,29%, no acumulado de janeiro a setembro, -4,34% e nos últimos 12 meses, -4,08%.
Ao recuar 1,2% no terceiro trimestre de 2019, permaneceu com o comportamento negativo observado desde o último trimestre de 2018 (-1,3%), todas as comparações contra igual período do ano anterior. O aumento na intensidade de perda no total da produção industrial na passagem do segundo (-0,8%) para o terceiro (-1,2%) trimestre de 2019 foi explicado pela redução de ritmo verificada em dez dos quinze locais pesquisados, com destaque para Pernambuco (de 3,6% para -8,5%), Rio Grande do Sul (de 9,1% para -1,8%), Região Nordeste (de -1,0% para -7,3%), Bahia (de 0,5% para -5,5%), Santa Catarina (de 6,7% para 0,9%), Ceará (de 4,8% para 0,2%) e Paraná (de 7,5% para 4,9%). Por outro lado, Pará (de -8,0% para 4,6%), Rio de Janeiro (de -3,1% para 5,0%), Amazonas (de 4,1% para 9,4%) e Minas Gerais (de -6,9% para -4,9%) apontaram os ganhos mais acentuados entre os dois períodos.
Em setembro de 2019, dez dos 15 locais pesquisados mostraram taxas positivas, acompanhando o crescimento (0,3%) da indústria nacional. Bahia (4,3%), Região Nordeste (3,3%) e Rio Grande do Sul (2,9%) registraram os avanços mais acentuados. Por outro lado, Pará (-8,3%) apontou o recuo mais elevado nesse mês, eliminando, dessa forma, o crescimento verificado em agosto último (8,2%). Na comparação com setembro de 2018, o setor industrial registra crescimento de 1,1%, com seis dos quinze locais pesquisados apontando resultados positivos. O indicador acumulado nos últimos doze meses, mostra recuo de 1,4% em setembro, com 9 dos 15 locais pesquisados registrando taxas negativas.
Na comparação com setembro de 2018, o setor industrial mostrou crescimento de 1,1% em setembro de 2019, com seis dos quinze locais pesquisados apontando resultados positivos. Vale citar que setembro de 2019 (21 dias) teve dois dias úteis a mais do que igual mês do ano anterior (19). Nesse mês, Amazonas (16,7%) assinalou expansão de dois dígitos e a mais intensa, impulsionada, principalmente, pelo aumento observado nos setores de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (gasolina automotiva, óleos combustíveis, óleo diesel e naftas para petroquímica), de bebidas (preparações em xarope para elaboração de bebidas para fins industriais), de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (televisores), de outros equipamentos de transporte (motocicletas e suas peças e acessórios) e de máquinas e equipamentos (aparelhos de ar-condicionado de paredes e de janelas – inclusive os do tipo split system – e terminais comerciais de autoatendimento). Paraná (7,4%), Rio de Janeiro (7,0%), Santa Catarina (5,2%), São Paulo (3,6%) e Goiás (1,6%) completaram o conjunto de locais com avanço na produção nesse mês, enquanto Ceará (0,0%) mostrou variação nula.
Por outro lado, Espírito Santo (-14,1%) e Pernambuco (-7,6%) apontaram os recuos mais intensos em setembro de 2019, pressionados, em grande parte, pelo comportamento negativo vindo das atividades de celulose, papel e produtos de papel (celulose), indústrias extrativas (minérios de ferro pelotizados ou sinterizados, óleos brutos de petróleo e gás natural), metalurgia (lingotes, blocos, tarugos ou placas de aços ao carbono, bobinas a quente de aços ao carbono não revestidos e tubos flexíveis e tubos trefilados de ferro e aço) e produtos alimentícios (bombons e chocolates em barras, açúcar cristal e carnes de bovinos frescas ou refrigeradas), no primeiro local; e de produtos alimentícios (açúcar cristal, VHP e refinado de cana-de-açúcar, sorvetes e picolés e biscoitos e bolachas) e outros equipamentos de transporte (embarcações para transporte de pessoas ou cargas – inclusive petroleiros e plataformas), no segundo. Região Nordeste (-3,8%), Pará (-2,0%), Minas Gerais (-1,8%), Mato Grosso (-1,7%), Bahia (-1,4%) e Rio Grande do Sul (-1,1%) também mostraram taxas negativas nesse mês.
No indicador acumulado para o período janeiro-setembro de 2019, frente a igual período do ano anterior, a redução observada na produção nacional alcançou oito dos quinze locais pesquisados, com destaque para Espírito Santo (-13,0%) e Minas Gerais (-4,6%), pressionados, principalmente, pelos recuos assinalados por indústrias extrativas (óleos brutos de petróleo, minérios de ferro pelotizados ou sinterizados e gás natural) e celulose, papel e produtos de papel (celulose), no primeiro local; e indústrias extrativas (minérios de ferro em bruto ou beneficiados), no segundo. Região Nordeste (-4,3%), Mato Grosso (-4,2%), Pernambuco (-3,0%) e Bahia (-2,9%) também registraram taxas negativas mais elevadas do que a média da indústria (-1,4%), enquanto Pará (-1,1%) e São Paulo (-0,1%) completaram o conjunto de locais com recuo na produção no fechamento dos nove meses de 2019. Por outro lado, Paraná (6,7%) e Rio Grande do Sul (4,3%) apontaram os avanços mais elevados no índice acumulado no ano, impulsionados, principalmente, pelo comportamento positivo vindo das atividades de veículos automotores, reboques e carrocerias (automóveis e caminhão-trator para reboques e semirreboques), produtos alimentícios (carnes e miudezas de aves congeladas, rações, açúcar cristal e carnes de bovinos congeladas) e máquinas e equipamentos (máquinas para colheita), no primeiro local; e de veículos automotores, reboques e carrocerias (automóveis, reboques e semirreboques, autopeças e carrocerias para ônibus), no segundo. Santa Catarina (3,4%), Amazonas (2,5%), Goiás (1,7%), Ceará (1,4%) e Rio de Janeiro (0,3%) também mostraram taxas positivas no indicador acumulado do período janeiro-setembro de 2019.