Política

Setor de turismo cobra investimento de R$ 300 milhões

 
Rejane Pasquale é coordenadora do curso de Turismo da Unirondon. Segundo ela, a principal deficiência para o desenvolvimento do campo em Mato Grosso é a falta do produto turístico formatado, isto é, a atração desejada – seja ela natural, cultural ou histórica – e a infraestrutura por trás dessa demanda, como hotéis, transportes, divulgação e marketing. Ela critica o Estado dizendo que ele não tem seguido o plano nacional do Ministério do Turismo para fomento da atividade.
 
“Temos o atrativo, mas possuímos deficiências em todos os outros serviços e estruturas. A iniciativa privada faz um papel importante, mas tem um limite, tendo em vista que não possui a ajuda do poder público, que tem o papel de fomentar e planejar o turismo, criando um plano de desenvolvimento turístico para a região. O governo estadual já teve bons momentos, mas hoje apaga incêndios, além de não seguir o plano nacional do ministério”, critica ela.
 
Rejane afirma que Cuiabá é um dos locais do país mais privilegiados em relação a belezas naturais, dizendo ser um ponto estratégico ao afirmar que, ao mesmo tempo em que se encontra a 65 km dos cânions, cachoeiras e rios de Chapada dos Guimarães, também está a 100 km do Pantanal, situado em Poconé. Ela afirma ainda que a região metropolitana possui grande demanda para o turismo de negócios e eventos e que, apesar das dificuldades, o mercado de trabalho está aquecido.
 
“O que observo é que o turismo em Cuiabá e no entorno tem um potencial completo, que abrange o histórico, cultural, de negócios e natural . Estamos a 100 km do Pantanal e ao lado de Chapada dos Guimarães, por exemplo. Eventos e negócios, porém, são o foco específico de Capital. Demanda por profissionais nós temos, e o mercado está aquecido. Em torno de 60% dos meus alunos estão no mercado de trabalho”, diz ela.
 
Na mesma linha, o presidente da Associação Brasileira da Indústria Hoteleira, seccional Mato Grosso, Conrado Vitali, também lamenta a falta de iniciativa do poder público. Embora a Organização Mundial do Turismo (OMT) afirme que a área crescerá no Brasil 5% ao ano, até 2020, Vitali pondera que não se vê dinheiro investido nesse segmento, e que a região, apesar de possuir belezas naturais, não oferece o suporte necessário ao turista.   
 
“É preciso modernização das estruturas que dispomos. Fala-se em investimento no turismo do Estado, mas a verdade é que não vemos esse dinheiro em lugar nenhum. Não podemos vender um turismo que não temos. Uma paisagem sem um hotel, transporte ou restaurante que dê suporte ao turista é só uma paisagem”, sintetiza ele.
 

Redação

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Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

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