Por Lucas Bellinello
Sete em cada dez estudantes brasileiros de 15 anos não atingiram o patamar mínimo esperado em matemática, conforme aponta a edição de 2022 do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa), a principal avaliação de educação básica do mundo. Esses alunos enfrentam dificuldades não apenas em resolver contas simples, mas também em tarefas como comparar distâncias entre duas rotas e realizar equações consideradas simples.
Os números revelam uma disparidade significativa entre os estudantes brasileiros mais ricos e os mais pobres na área de matemática. Os alunos de famílias mais abastadas obtiveram uma pontuação 77 pontos superior àqueles provenientes de ambientes menos privilegiados.
Apesar disso, a desigualdade no Brasil, em comparação com a média de 37 nações da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), é menor, com uma diferença de 93 pontos.
Entre os fatores apontados para o baixo desempenho do Brasil em matemática, destaca-se a escassez de professores qualificados e dificuldades na formação.
Comparando o Brasil com os países membros da OCDE, o percentual de alunos com baixo desempenho em matemática é alarmante: enquanto a média do “clube dos ricos” é de 31%, no Brasil, esse número atinge 73%. Esses dados, divulgados recentemente, referem-se ao ano de 2022; quatro anos antes, em 2018, o percentual de alunos brasileiros com baixo desempenho era de 68%, indicando um aumento preocupante.
Um dado que chama a atenção é que apenas 1% dos alunos no Brasil alcançaram os melhores níveis de rendimento em matemática. Em comparação, em Singapura, líder do ranking de melhores resultados, 41% dos alunos atingiram esse patamar.
Essa discrepância destaca a necessidade urgente de revisão e implementação de políticas educacionais voltadas para o ensino da matemática no Brasil, buscando enfrentar os desafios que perpetuam a desigualdade e prejudicam o desenvolvimento acadêmico dos estudantes.