Sete dos oito deputados federal de Mato Grosso votaram a favor da reforma da Previdência na noite desta quarta-feira (10). A professora Rosa Neide (PT) foi a única contra a aprovação do texto, seguindo orientação da ala da esquerda na Câmara Federal.
O número ficou acima da estimativa do coordenador da bancada, Neri Geller (PP), que contava os votos de cinco parlamentares. José Medeiros (PODE) ainda articula para que seja aprovada na votação de destaques, em análise hoje, regras mais brandas da aposentadoria para policiais federais. O governador Mauro Mendes, que cobrou aprovação dos deputados á reforma, acompanhou a votação em Brasília.
A alteração incluída no texto do relator abarca seu histórico profissional quanto sua posição política. Ex-PRF (Polícia Rodoviária Federal), Medeiros saiu das ruas para o Congresso em 2014.
No início desta semana seu partido, o Podemos, juntamente com o PLS, partido do presidente Jair Bolsonaro, articularam a inclusão da modificação para atender a corporação militar, que na semana passada chamou Bolsonaro de “traidor” por causa da validade das regras da Nova Previdência para todos.
A deputada Rosa Neide disse que manteve sua posição de ir contra a “perda do direito” de trabalhadores se aposentarem, modificação que, segundo ela, será causada pelo texto aprovado ontem pelos deputados. Um ponto específico defendido por ela foi de que haja regras mais flexíveis para os professores.
“Para simbolizar os milhões de trabalhadores e trabalhadores que estão prestas a perder a sua condição de ser aposentados, os partidos trouxeram aqui mais 1 milhão de assinaturas, mesmo o texto [da reforma] foi aprovado. É assim que eles [deputados] querem”.
Destaques
O plenário da Câmara dos Deputados retomará os trabalhos nesta quinta-feira (11) para votar os destaques ao texto-base da proposta de emenda à Constituição (PEC 6/19) que muda as regras do sistema previdenciário. Até o momento, há 31 destaques e emendas aglutinativas que devem ser apreciados pelos deputados.
Ontem (10) à noite, o plenário aprovou o texto original da reforma da Previdência por 379 votos a favor e 131 contra. Na sequência, os deputados rejeitaram um destaque que pretendia retirar os professores da reforma da Previdência. Por 265 a 184, com duas abstenções, os parlamentares decidiram manter as regras para os professores que constam no texto-base.
Os destaques mais aguardados são o que aumenta a aposentadoria para as trabalhadoras da iniciativa privada e o que suaviza as regras de aposentadorias para policiais e agentes de segurança que servem à União.
Um acordo costurado pela bancada feminina deve melhorar a aposentadoria para as mulheres. A proposta aprovada na comissão especial da Câmara tinha mantido o tempo mínimo de contribuição das mulheres da iniciativa privada em 15 anos, em vez de elevá-lo para 20 anos. No entanto, as seguradas se aposentariam com 60% da média das contribuições. Quem se aposentasse mais tarde só veria o valor do benefício se elevar a partir do 21º ano. Pelo acordo, o benefício começará a subir a partir do 16º ano de contribuição. (Com Agência Brasil)