Fotos Ahamad Jarrah
Por Cintia Borges e Josiane Dalmagro
Os servidores da Saúde Pública de Mato Grosso se reuniram com a Assembleia Legislativa (AL) do Estado de Mato Grosso para realizar uma audiência pública na tarde desta segunda-feira (28) com o objetivo de discutir as condições estruturantes da saúde de Mato Grosso.
O presidente do Sindicato dos Servidores Públicos da Saúde e do Meio Ambiente (Sisma/MT), Oscarlino Alves, afirma que vem sinalizando ao Governo Pedro Taques (PSDB) a vontade de uma conversa franca sobre a real situação da saúde pública. Contudo, ficam apenas no campo do diálogo, “são poucas ações práticas”, diz o presidente.
“Nós não descartamos nenhuma possibilidade de greve. Neste atual governo nós suspendemos dois indicativos de greve buscando diálogo e negociação, mas nada aconteceu”, revela.
Os trabalhadores pedem a realização de concursos públicos, para diminuir a quantidade de trabalhadores terceirizados, condições dignas de trabalho, reforma das unidades de Saúde, mobiliário adequado para as condições ergonômicas do tra
balhador, aposentadoria especial, dentre outras demandas.
“Estamos há 14 anos sem concurso público, as unidades do Estado de MT tem por volta de 40 unidade totalmente depreciadas e sucateadas, sem mobiliários, sem condições mínimas de trabalho. Os estoques de medicamento não se regularizam, insumos.. Em posse de todos esses agravantes nós não conseguimos transformar isso em serviços dignos e de qualidade a população”, aponta o presidente.
Para o presidente da Comissão de Saúde do Poder Legislativo, o deputado Emanuel Pinheiro (PMDB), a iniciativa busca ampliar o debate acerca dos problemas recorrentes nas unidades da Saúde Pública em Mato Grosso.
“É uma absurdo você ir buscar o medicamento – especialmente o continuado, e não ter ou estar em falta, ou suspenso. Há falta de leitos da UTI, há espera por consultas é de meses, sendo que há necessidade de atendimento imediato, ou seja, a população tá padecendo. Nós queremos dar um basta nisso”, afirma.
Os temas debatidos na Casa de Leis foram sobre a atual condição de trabalho na Secretaria de Estado de Saúde, bem como o Termo de Acordo Coletivo firmado entre Sindicato e Executivo, no mês de julho de 2015, e que não vem sendo cumprido pelo Governo.
O Estado admite a falta de infraestrutura e precariedade do sistema. O secretário de Saúde do Estado (SES) de Mato Grosso, Eduardo Bermudez, aponta a crise econômica do País como um dos principais entraves para a melhoria do sistema.
“Estamos em uma crise lá fora, e esta crise está nos afetando, e nós precisamos encontrar uma saída conjunta e de bom senso de equilíbrio. Contamos com os servidores, entendemos que a valorização é o caminho e precisamos ter uma cabeça arejada neste momento, precisamos encontrar alternativas possíveis – e vamos encontrar”.