Atualmente afastado para ocupar uma diretoria no Sindicato dos Servidores Públicos Estaduais da Carreira dos Profissionais do Desenvolvimento Econômico e Social (Sindes), Joel de Souza Passos conta que é procurado constantemente por colegas do Lar das Crianças que querem ser remanejados para outro órgão alegando que a situação está insuportável. “Uma servidora foi afastada por seis meses, por ordem médica, e está vivendo à base de medicamentos ‘tarja preta’ tamanha a pressão que sofreu”.
Passos trabalhou por mais de 10 anos no Lar das Crianças e denuncia:“Essa gestão do governador Silval transformou o ‘Lar’ num inferno!”. Ele relata que a atual direção e coordenação da entidade “bate duro nos efetivos para ficar apenas os contratados que são subjugados”.
O sindicalista relatou ao Circuito Mato Grosso: “Há um massacre geral sobre os funcionários. Uma das líderes [terceirizada] é completamente descontrolada, só sabe gritar, humilhar, além de ser muito prepotente. Dei graças a Deus de ter saído: um lugar em que eu amava trabalhar e do qual me forçaram a sair”.
Joel faz outra denúncia grave ao fundamentar que indicações políticas e a alta taxa de terceirização atrapalham os trabalhos na entidade: “Por exemplo, a superintendente é esposa do ex-prefeito de Matupá, a cidade do Silval”.
Após denúncias do Circuito Mato Grosso, o Ministério Público Estadual (MPE) exigiu a realização de concurso público depois de constatar que a temporalidade da mão de obra encontrada no órgão é incompatível com a obrigação do governo estadual, através da Setas, em oferecer uma política pública permanente, estruturada em plano de carreira e funcionários.
Essas denúncias ainda provocaram abertura de três frentes de investigação em torno da dispensa de licitação no valor de R$ 5,2 milhões, feita pela SAD e que seria destinado à contratação de 150 funcionários para o Lar das Crianças.
