A Praça Alencastro, no Centro de Cuiabá, está sendo palco para mais uma manifestação na manhã desta terça-feira (2). Desta vez os servidores da saúde pararam suas atividades por 24 horas. O protesto é contra as más condições de trabalho nas unidades de atendimento do SUS (Sistema Único de Saúde). Cerca de 3,6 mil servidores estão de ‘braços cruzados’, em todo o estado e somente casos de urgência e emergência serão atendidos.
Segundo o presidente do Sindicato dos servidores da Saúde (Sisma-MT), Oscarlino Alves, o governo não está oferecendo condições mínimas de trabalho para a categoria. “Nós estamos sem insumos básicos, material de expediente, medicamentos… Nós precisamos ter boas condições de trabalho para podermos atender de forma digna a população que vêm até nós”, argumentou Oscar.
Ainda segundo o presidente a manifestação vem a praça para conscientizar os usuários do SUS, para o real problema da saúde em Mato Grosso. ”A paralização é simbólica, pois nós já estamos parados há muito tempo com esse sistema falido que trabalhamos no dia-a-dia. Que não respeita o trabalhador, nem o paciente e tampouco os mais necessitados”, disse.
A lista de reivindicações da categoria tem 17 itens, entre eles a reposição salarial, que também é cobrada por outras categorias do funcionalismo público de Mato Grosso. O advogado do Sisma, Bruno Alves, explicou que o governador esta se apoiando na lei de responsabilidade fiscal, mas que a lei não engloba os salários. “Há jurisprudências de casos em outros estados que esse limite prudencial, que o governador está usando como muleta, pode ser flexibilizado para a concessão do RGA”, explicou.
Os servidores da saúde tentam pressionar o governador Pedro Taques a pagar os 6,22% da reposição inflacionária de forma integral. A proposta de parcelamento de 3,11% até o mês de novembro – feito pelo secretário de Gestão do Estado Júlio Modesto – não foi aceita pela categoria. Outras categorias que também protestam contra oparcelamento do Governo é a do Detran (Departamento de Trânsito) e os servidores da Unemat (Universidade de Mato Grosso).
Logo mais os manifestantes devem subir a Rua Getúlio Vargas em passeata. Os funcionários apontam para uma possível greve geral, mas ainda haverão reuniões com a base do sindicato.