A presidente da Associação dos Familiares Vítimas de Violência em Mato Grosso (AFVV), Odilza Síria Sampaio, cobra revisão de denúncia do Ministério Público do Estado (MPE) sobre a agressão sofrida por ela e uma equipe do órgão em atendimento em abril deste ano.
Membros da AFVV tentavam fazer o resgate de uma criança, cuja mãe, uma jovem de 21 anos e dependente química, estava em crise de ataques, supostamente por efeito de drogas, quando foram feridos com golpes de faca pela jovem.
O caso foi denunciado pelo Ministério Público por crime de lesão corporal, e Odilza Síria Sampaio contesta a decisão, afirmando que a equipe da associação foi vítima de tentativa de homicídio.
“Estávamos tentando salvar o filho dela e fomos atacados. Hoje estou toda ferida, ainda por causa das facadas, meus amigos foram atacados, agredidos da mesma forma, mas o Ministério Público diz que só foi lesão corporal. Foi tentativa de assassinato.”
A denúncia foi ferida pelo Ministério Público nesta semana e segue para a 12ª Vara Criminal, sob a responsabilidade da juíza Maria Aparecida Ferreira Prado, que deverá decidir se abre uma revisão do caso e em seguida leva a jovem a julgamento.
“A juíza havia me dito que a promotoria de Justiça poderia entender o caso somente como lesão corporal, mas vou procurar a revisão do caso, porque nos sentimos injustiçados com essa decisão. Nós tentávamos salvar a vida do filho da jovem”, diz Odilza Sampaio.
As agressões ocorreram no dia 8 de abril. À época, o delegado Walfrido Fraklin registrara o caso como tentativa de assassinato. Conforme o boletim de ocorrência, o Conselho Tutelar recebeu um chamado de maus-tratos contra um bebê, no bairro Baú, em Cuiabá, e foi recebido por B.B.V., de 21 anos, a mãe da criança, que possivelmente estava sob efeitos de entorpecentes.
A mulher disse que entregaria o bebê e entrou em casa, mas quando retornou estava com uma faca e começou atacar a todos. “Não lembro nem que tipo de faca era. Só tentamos nos defender, eu fui a mais atingida, com cinco facadas”, afirmou Odilza Sampaio.
Dentre os feridos estão Odilza Síria Sampaio, 63, a conselheira tutelar Josefina Maximiliana de Figueiredo, 57, e o motorista Marcelo Antônio dos Reis, de 39 anos.
Odilza foi atingida no abdômen e em uma das mãos. Ela corria o risco de perder um dos dedos. Josefina também ficou ferida em uma das orelhas e no rosto. Já o motorista Marcelo Antônio sofreu um corte no braço esquerdo.
Após conseguir fugir da casa, a equipe do Conselho Tutelar acionou a PM, que precisou de reforço de uma guarnição da Ronda Tática Móvel Metropolitana (Rotam), para prender a jovem descontrolada.