As investigações do inquérito que apura a morte do servidor municipal de Cuiabá-MT, Rodolfo Silva da Costa, 29 anos, apontaram que a vítima morreu em decorrência de lesões causadas após uma briga com uma mulher de 18 anos. O assistente social faleceu três dias depois da confusão, que ocorreu na madrugada de 31 de agosto, na Capital.
Além do homicídio, a polícia apura o crime de omissão de socorro.
De acordo com a Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Rodolfo e um amigo foram a uma tabacaria no bairro Jardim Europa quando conheceram a suspeita, que estava acompanhada de dois colegas. O amigo do servidor ficou interessado e passou a flertar com a jovem, chegando a pagar uma cerveja para a mesma.
Em seguida, o assistente social teria acusado a jovem de se aproveitar do amigo e uma ríspida discussão foi iniciada no local. Diante da situação, o proprietário da tabacaria expulsou os ‘brigões’ para evitar maiores transtornos e fechou as portas do estabelecimento.
No entanto, a temperatura subiu ainda mais do lado de fora do bar e Rodolfo e a jovem chegaram às vias de fato, com direito a troca de socos e tapas. Em um determinado momento, a mulher ficou por cima do assistente social e, para conter os puxões de cabelo que estava sofrendo, atirou a cabeça da vítima contra o solo.
Conforme o delegado Anderson Veiga, nenhuma das pessoas que presenciaram as cenas de violência tentou conter a confusão.
Segundo os investigadores, Rodolfo desmaiou e caiu em uma das ruas do bairro pouco tempo depois do término da confusão. Porém, nem o amigo dele e nem os colegas da jovem acionaram socorro médico e deixaram o local logo em seguida.
“O amigo da vítima chamou um Uber e foi embora. Os amigos da autora pediram Uber e foram embora. E o Rodolfo ficou ali. Então assim, a gente fica impressionado não propriamente com a briga, mas com a omissão”, ressaltou o responsável pelas investigações.
Anderson Veiga destacou ainda que um grupo de pessoas que estava próximo ao local da briga viu Rodolfo caído no chão desacordado, mas que ninguém chamou uma ambulância, deixando o assistente social abandonado na rua por cerca de quatro horas, quando moradores da região se depararam com a vítima agonizando e acionaram o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência.
O servidor sofreu traumatismo craniano e foi encaminhado em coma induzido para o Hospital Municipal de Cuiabá (HMC). Ele passou três dias internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), mas não resistiu à gravidade dos ferimentos e faleceu no último dia 3 de setembro.
A mãe do assistente social chegou a registrar um boletim de ocorrência para comunicar o desaparecimento do filho. Ao descobrir o que tinha acontecido, a mulher suspeitou que o rapaz tinha sido espancado por motivações homofóbicas.