Serra Leoa declarou nesta quarta-feira (24) que cerca de cem corpos e 200 pacientes foram encontrados e retirados de suas residências durante o confinamento de três dias para conter a epidemia de ebola que atinge a África Ocidental.Quase seis milhões de pessoas em todo o país ficaram confinadas dentro de casa por 72 horas desde sexta-feira (19), quanto 28.000 voluntários bateram de porta em porta, dando conselhos e identificando novos casos e mortes suspeitas que não foram registradas.
"Mais de 92 corpos foram descobertos em todo o país durante o confinamento de três dias do país", declarou Karamoh Kabbah, vice-ministro para Assuntos Políticos, em entrevista coletiva na capital Freetown. Ele disse que 77 dos corpos foram recolhidos na área ocidental, uma divisão que inclui a cidade de 1,2 milhão de habitantes."Foram identificados mais de 200 casos suspeitos, dos quais, até o momento, 130 foram confirmados", acrescentou.
Varredura
A maior epidemia de ebola já registrada na história infectou até agora mais de 6.000 pessoas na África Ocidental e matou quase metade delas, de acordo com os dados mais recentes da Organização Mundial de Saúde. A febre causada pelo vírus pode derrubar suas vítimas em poucos dias, provocando dor muscular, vômitos, diarreia e, em muitos casos, hemorragia interna e externa. Em Serra Leoa, o ebola já infectou 1.813 pessoas, matando 593.
Kabbah confirmou uma estimativa anterior de que as equipes que foram de porta em porta conseguiram cobrir cerca de 80% das residências em um país onde grande parte da população vive em áreas remotas e às vezes em aldeias inacessíveis.Mas ele disse que a ação gerou preocupações sobre os métodos utilizados pelas forças de segurança na imposição de quarentenas, sem entrar em detalhes.
O ministro da Saúde, Abubakarr Fofanah, afirmou que nem todos os corpos recolhidos haviam sido confirmados como vítimas da doença."Mesmo antes do surto, as pessoas estavam morrendo de tuberculose, malária, hipertensão e até mesmo como um resultado da idade avançada", disse."Embora o governo não tenha a intenção de mascarar os números de mortes provocadas pelo Ebola, também é consciente do fato de que há muitas outras causas de morte no país', explicou.
G1