Um caminhão atravessado na pista paralisou o Rodoanel Mário Covas, na região de Itapecerica da Serra, na Grande São Paulo, por quase cinco horas na manhã desta quarta-feira, 12. O motorista, que estava com as mãos amarradas, afirmou que havia sido sequestrado e que havia uma bomba no veículo. No entanto, os policiais confirmaram que o artefato era falso e resgataram o homem.
O caso foi registrado como tentativa de roubo e localização/apreensão de objeto no Setor de Investigações Gerais (SIG) de Taboão da Serra.
Quem é o motorista?
O caminhão era conduzido pelo motorista Dener Laurito dos Santos, de 52 anos. Ele é natural de Ribeirão Pires e trabalha para a transportadora Sitrex.
Como foi o sequestro?
Santos disse aos policiais que havia feito uma entrega no Acre e voltava para a matriz da Sitrex, em São Bernardo do Campo, quando foi abordado por três criminoso, por volta das 6h desta quarta-feira.
Na altura do quilômetro 45 do Rodoanel, os suspeitos o obrigaram a atravessar o veículo na pista e bloquear a via, segundo o homem. Ele teve as mãos amarradas e foi deixado sozinho na cabine do caminhão.
O motorista conseguiu entrar em contato com o Centro de Controle Operacional da rodovia e relatou que havia sido sequestrado e que os criminosos haviam deixado explosivos na carreta.
Como foi o resgate?
Devido aos supostos explosivos que estavam no caminhão, o Grupo de Ações Táticas Especiais (GATE) da Polícia Militar foi acionado e chegou ao local por volta das 9h. Cerca de uma hora depois, um dos especialistas da equipe identificou que o artefato não estava preso a Santos e conseguiu retirá-lo do veículo.
O motorista chegou a desmaiar e estava em estado de choque, mas foi colocado em uma ambulância e levado para o Hospital Geral de Itapecerica da Serra, onde recebeu atendimento e foi liberado.
Como era o artefato falso?
Os policiais não demoraram para perceber que o explosivo era falso, de acordo com Gustavo Packer Mercadante, comandante do Batalhão de Operações Especiais, que abriga o Gate. “Era até meio tosco, batendo o olho mais de perto já deu para perceber que não era uma bomba”, disse Mercadante. Segundo o policial, o simulacro de bomba foi feito a partir de um galão dágua, dois tubos de aerossol e papel alumínio.
O que disse o motorista?
Santos prestou depoimento após sair do hospital. Ele relatou aos policiais como foi o sequestro e disse que o grupo pretendia usar o caminhão para transportar armas de fogo até o Rio de Janeiro.
O que diz a empresa responsável pela carreta?
A Sitrex informou, em nota, que o caminhão estava vazio no momento da tentativa de assalto e afirmou que Santos cumpriu “todos os procedimentos legais e de segurança” durante a viagem, incluindo respeitar horários de descanso e dirigir dentro dos limites de velocidade.
Quais são os próximos passos?
De acordo com a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP), o motorista e outros profissionais envolvidos no atendimento da ocorrência já foram ouvidos. O caminhão, que foi apreendido, passou por perícia e coleta de impressões digitais.
Ainda segundo a pasta, imagens de câmeras de segurança serão coletadas para ajudar no esclarecimento dos fatos. “No momento, nenhuma linha de investigação é descartada”, disse.



