Cidades

Sem-terras ocupam sede e cobram medidas emergenciais em MT

Os integrantes do Movimento do Sem Terra (MST) ocuparam a sede do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), nesta quinta-feira (13) em Cuiabá, para reivindicar medidas emergenciais para as famílias assentadas em Mato Grosso. O responsável regional do movimento, Vanderli Scarabeli, cobrou ações do novo superintendente do órgão federal. Cerca de 600 manifestantes entre famílias e trabalhadores do campo montaram acampamento no local, em forma de protesto.

Conforme Scarabeli, o MST pede que o Incra viabilize 4,6 mil cestas básicas para os assentados no estado e uma data para audiência onde o Incra deverá dar a reposta e cronograma para atender as demandas mais demoradas. “Fizemos uma reunião com o superintendente e apresentamos uma pauta extensa de reivindicações que estavam acumuladas. Mas apontamos pontos emergenciais, pois tem despejos em andamento e é preciso que o Incra tenha uma atitude”, explicou o líder do MST. 

Há em Mato Grosso, segundo o líder sindical disse, centenas de famílias assentadas vivendo em condições precárias. “Temos famílias desempregas da região da grande Cáceres, onde se fechou vários frigoríficos. Na região norte, onde temos a crise das madeireiras acontece e essas famílias estão sem emprego. Na região Sul o fechamento das usinas de cana é outro fator de complicação. Então essas pessoas estão indo para os acampamentos, mas numa situação muito precária”, pontuou.

Os manifestantes devem sair do local pela tarde, após analisarem os pontos apresentados após a reunião com o superintendente. A audiência com o posicionamento oficial do Incra foi agendada para o dia 26 de agosto.

Outro Lado

Durante a reunião o novo superintendente, Giuseppe Serra Vieira, disse que o Incra está disposto a ouvir os manifestantes. Contudo não quis aprofundar sobre um posicionamento oficial do órgão, pois foi aconselhado pela sede do Incra em Brasília. A redação do Circuito Mato Grosso enviou os questionamentos para o superintendente por email, mas até o fechamento desta matéria a mensagem não havia sido respondida.

Reunião com Paulo Taques

O líder do movinento disse que ficou triste com o novo pocisionamento do secretário da Casa Civil, Paulo Taques, em entrevista a uma rede de TV pela manhã. Na fala do secretário os manifestantes teriam invadido os portões por meio de arrombamentos. "Nós não fizemos nada contra as leis. Ele [o secretário] precisa atender o povo sempre que ele o quizer, pois é um gestor público e deve respeito a população. Um grupo de manifestantes que caminhou 43 quilômetros 'não está no clima' para sair quebrando e depredando o patrimônio público", disse Vanderli Scarabeli.

Paulo Taques agendou uma reunião com 10 membros do MST, na próxima segunda-feira (17), as 11h. Governo e manifestantes irão negociar termo sobre a reforma agrária no estado e outras demandas do grupo de sem terras.

A invasão aconteceu na tarde de ontem (12) por volta das 15h30. Antes de chegarem ao prédio, os manifestantes fizeram caminhada pelas ruas da capital e de Várzea Grande, na região metropolitana, para pedir reforma agrária. A Polícia Militar, por meio da Rotam (Rondas Ostensivas Tático Móvel) e 3º Batalhão, acompanhou a movimentação. Não foi registrada nenhuma ocorrência durante o protesto.

 

Ulisses Lalio

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