Começa nesta quinta-feira a primeira das 18 batalhas da seleção brasileira para estar na Copa do Mundo de 2018, na Rússia. E começa com um duelo que, na imaginação de muita gente, deveria ter acontecido já há algum tempo. O Brasil visita o Chile em Santiago, às 20h30 (de Brasília) – a TV Globo e o GloboEsporte.com transmitem a partida ao vivo.
A incapacidade da equipe brasileira, eliminada pelo Paraguai ainda nas quartas de final, impediu que o “jogo dos sonhos” se realizasse, mas a sorte – ou azar, depende do ponto de vista – agiu no sorteio das Eliminatórias, no fim de julho, na Rússia. Cruzou o caminho das seleções logo na primeira rodada. E no estádio Nacional de Santiago, que seria o palco da final. Foi lá que os chilenos bateram os argentinos nos pênaltis, e fizeram história com o título.
– Esperávamos chegar à final da Copa América contra o Chile, na casa deles, mas não foi possível. Agora temos esse jogo e esperamos vencer para suprir o que aconteceu antes – afirmou o volante Elias, que disputa com Fernandinho uma vaga na equipe titular.
– É uma situação diferente. Estamos iniciando uma caminhada, e estrear na casa deles será difícil. Eles tinham essa expectativa (de disputar a final contra o Brasil), sabem do nosso peso, seria uma festa maior, mas infelizmente não aconteceu – disse o "concorrente" Fernandinho.
Apenas três meses se passaram entre o utópico último jogo da Copa América e a importantíssima abertura das Eliminatórias. Pouco tempo, mas suficiente para mudanças profundas. Algumas forçadas, como as ausências do suspenso Neymar e do lesionado Aránguiz, outras por opção, como a não convocação de Thiago Silva. Veja cinco diferenças daquele jogo, que não aconteceu, para esse, que abrirá a busca brasileira por um lugar na Copa de 2018.
Punido pela discussão com o árbitro Enrique Osses, após a derrota para a Colômbia, Neymar não poderia jogar nem a final da Copa América, se o Brasil tivesse avançado. Quis o destino que a partida fosse realizada enquanto ele ainda cumprisse a suspensão. A diferença é o substituto. Enquanto Douglas Costa era coadjuvante na competição disputada há três meses, agora torna-se cada vez mais protagonista, graças ao início arrasador no Bayern de Munique, sob o comando de Pep Guardiola. Ele será o responsável pelo lado esquerdo ofensivo do Brasil. No meio do ano, era alternativa a atletas mais experientes, como Robinho, escolhido para atuar quando Neymar foi suspenso. E será, também, uma das maiores esperanças brasileiras de superar a euforia chilena pelo título conquistado em sua casa.
O camisa 10 voou na Copa América. Para muitos, foi o principal condutor do bom desempenho ofensivo da equipe. Os brasileiros, que o conhecem bem, em razão da longa trajetória com a camisa do Palmeiras, costumavam dizer que ele "jogava quando queria". Ele quis muito vencer o torneio no meio do ano. Porém, agora no Al-Wahda, ele já recebeu uma punição por gesto ofensivo e, certamente, sofrerá, em algum momento, os efeitos de estar num mercado muito menos competitivo do que o brasileiro. Sua performance é uma das grandes incógnitas do jogo.
A famosa dupla de zagueiros, titular na última Copa do Mundo, foi desfeita desde que Dunga reassumiu, em agosto do ano passado, e, aos poucos, alçou Miranda a um status inalcançável no setor. Na Copa América, David começou, perdeu lugar para Thiago, e viu do banco seu companheiro de PSG meter a mão na bola no fatídico lance que levou a decisão das quartas de final para os pênaltis, e acarretou na classificação paraguaia. A comissão técnica não engoliu novo ato destemperado, e Thiago Silva não voltou mais à Seleção. Será David Luiz, portanto, o responsável por abrir as Eliminatórias ao lado de Miranda.
O ex-meia do Internacional dividiu com Valdivia e Vidal o posto de protagonista no meio-campo chileno durante a Copa América. Foi mais um que, alçado pela boa campanha, deixou o futebol brasileiro e se transferiu para o Bayer Leverkusen, mas seu início não poderia ser pior. Uma grave lesão sofrida em agosto o tirou dos gramados até o fim do ano. Vidal, outro que foi para a Alemanha, no poderoso Bayern de Munique, tem sido reserva nos últimos jogos. O meio-campo chileno torna-se, portanto, uma grande incógnita.
Dunga disse, nesta quarta-feira, que o Brasil trocou muitos jogadores nos últimos anos, e, por isso, está em desvantagem, nesse aspecto, em relação às seleções que mantiveram a base. Só que o próprio técnico levou ao Chile, dessa vez, um grupo bastante diferente daquele que disputou a Copa América. É verdade que as lesões atrapalharam, tanto lá, nos casos de Luiz Gustavo, Danilo e Oscar, quanto agora, com Firmino e Philippe Coutinho. Mas, no fim das contas, são 11 mudanças em três meses. Saíram Neto, Thiago Silva, Geferson, Casemiro, Fred, Everton Ribeiro, Philippe Coutinho, Roberto Firmino, Robinho, Neymar e Diego Tardelli. Entraram Alisson, Gil, Marcelo, Renato Augusto, Lucas Lima, Oscar, Kaká, Lucas, Hulk e Ricardo Oliveira.
FICHA TÉCNICA
BRASIL: Jefferson, Daniel Alves, Miranda, David Luiz e Filipe Luís; Luiz Gustavo, Elias (Fernandinho), Oscar, Willian e Douglas Costa; Hulk. Técnico: Dunga
CHILE: Bravo, Jara, Medel e Silva; Isla, Díaz, Gutierrez e Mena; Vidal (Valdivia); Vargas e Alexis Sánchez. Técnico: Jorge Sampaoli
Data: 08/10/2015 Horário: 20h30 (de Brasília) Local: Estádio Nacional, em Santiago (Chile) Árbitro: Roddy Zambrano (EQU) Auxiliares: Christian Lescano e Byron Romero (EQU) Transmissão: a TV Globo, o GloboEsporte.com e o Sportv transmitem a partida ao vivo