O governador do Distrito Federal Rodrigo Rollemberg (PSB) tomou posse no dia 1º de janeiro e já encontrou um verdadeiro caos nas contas públicas. Segundo ele, o rombo deixado na capital do País por seu antecessor, Agnelo Queiroz (PT), é de R$ 3,5 bilhões – fato que pode explicar a paralisação de serviços básicos da cidade nos últimos meses.
Quem tenta ir a um hospital do DF no final de semana, por exemplo, pode precisar dormir no local para conseguir uma consulta. Isso porque os médicos estão sem receber horas-extras e, com o deficit de 1.800 profissionais, as escalas de plantão acabam ficando deficientes. Além disso, o governo anterior não pagou salários, 13º e férias para a categoria .
O pagamento dos salários atrasados foi feito neste final de semana. No entanto, nenhuma garantia foi dada para pagamento dos benefícios atrasados e, por isso, os profissionais da Saúde continuarão de braços cruzados.
O ano letivo no Distrito Federal também foi afetado pela falta de dinheiro do governo. As aulas foram adiadas do dia 9 de fevereiro para o dia 23. Segundo o secretário de Educação do DF, Júlio Gregório, as escolas estão impossibilitadas de receber os alunos por falta de estrutura. Mas os professores do DF, que também estão sem receber salários e benefícios, não gostaram da decisão.
— Há sete anos o calendário é discutido junto com a categoria, o que está em vigor é resultado de todo esse processo de debate com a comunidade escolar e, infelizmente, o governo alterou unilateralmente. A alteração vai promover um desgaste maior para alunos e professores, reclamou o diretor do Sinpro-DF (Sindicato dos Professores do Distrito Federal), Cleber Soares.
Outras categorias cruzaram os braços logo no início do governo de Rodrigo Rollemberg por falta de pagamento. Entre elas, estão os servidores terceirizados que realizam a limpeza urbana e dos hospitais da cidade.
Sem salários, os garis deixam o lixo se acumular pela capital. Além disso, os moradores da região central de Brasília já notaram que a sujeira tem tomado conta de pontos turísticos da cidade. O Teatro Nacional, por exemplo, um dos principais projetos de Oscar Niemeyer, está completamente abandonado.
Até o Carnaval de Brasília será afetado neste ano pelo caixa zerado do Governo do DF. Sem dinheiro, Rollemberg anunciou nesta semana o cancelamento de repasse de verbas públicas para a festa e, agora, as escolas de samba e os blocos de rua buscam apoio privado para realizar, pelo menos, um desfile simbólico, sem competição.
A tradicional Corrida de Reis, maior corrida de rua do Centro Oeste, também está temporariamente suspensa. A secretária do Esporte do DF, Leila Barros, mais conhecida como Leila do Vôlei, afirmou que não há recursos para realizar a competição, mas que pediu “carta branca” ao governador para buscar patrocínio privado. Ela aguarda o resultado.
Em meio ao caos, seis categorias de servidores do Governo do Distrito Federal, representadas pela CUT, fecharam o Eixo Monumental, em frente ao Palácio do Buriti, na última sexta-feira (9) para protestar pelo atraso no pagamento dos benefícios atrasados. Eles prometem acampar no local até que a dívida seja quitada pelo governo local.
O secretário de Fazenda do DF, Leonardo Colombini, admite que o caos no DF se deve à falta de dinheiro em caixa. Segundo ele, para “sobreviver” no mês de janeiro de 2015, incluindo o pagamento dos salários dos servidores públicos referente ao mês de dezembro de 2014, o GDF precisa de R$ 2,4 bilhões e as receitas prevista são de apenas R$ 2 bilhões. A expectativa era que o Governo Federal aceitasse adiantar o repasse do Fundo Constitucional do DF para dar um "alívio nas contas". Contudo, o pedido foi negado e a expectativa é que as greves continuem.
Fonte: R7