Na última sexta-feira, o comandante descartou qualquer possibilidade de se debelar o fogo no parque estadual pelo menos dentro de 48 horas. As condições climáticas atuais – ventos constantes, baixa umidade do ar e altas temperaturas – fazem com que o poder de alastramento do fogo seja maior que a capacidade de contenção por parte de bombeiros, brigadistas e Exército, auxiliados por uma aeronave com tanque de três mil litros de água.
Além das condições climáticas, o relevo acidentado do local, marcado por morrarias, dificulta o acesso dos brigadistas aos pontos de ataque às chamas. À noite, quando o trabalho é limitado, o vento se intensifica e espalha ainda mais o fogo. Na última sexta-feira, o diretor do parque, Pedro Santiago, estimou que de 70% a 75% do parque já foram queimados. Outra estimativa é de que pelo menos oito mil hectares tenham sido consumidos pelas chamas, o equivalente a oito mil campos de futebol. O estrago só seria comparável ao incêndio de 2007, que devastou cerca de 90% do parque.
De acordo com a promotora Helen Kuriki, o tamanho do estrago deverá obrigar uma interdição do parque estadual Serra Azul por alguns dias mesmo depois que o fogo for finalmente debelado. A medida de interdição de trilhas e pontos de visitação pode ser necessária para um plano de recuperação do parque e até para averiguar a responsabilidade pelo início do incêndio.
Outra medida em prol do parque foi anunciada neste sábado. A Justiça determinou bloqueio de R$ 50 mil da conta do Fundo Municipal de Meio Ambiente de Barra do Garças para auxiliar o Corpo de Bombeiros no abastecimento da aeronave que, desde segunda-feira, atua no combate ao fogo.
G1