Nenhuma seleção tem sofrido tanto com lesões quanto a Itália. Além de Balotelli, o lateral direito Christian Abate já havia sido cortado no último domingo, devido a uma luxação no ombro direito. Com uma contratura muscular na panturrilha direita, o meia Andrea Pirlo desfalcou a equipe contra o Brasil e não tem presença certa na semifinal da próxima quinta-feira (27), no Estádio do Castelão, diante da Espanha. Devido a problemas musculares, os zagueiros Leonardo Bonucci e o atacante Stephan El Shaarawy já foram poupados em alguns treinamentos.
Segundo disse Prandelli nesta segunda-feira (24), a Copa das Confederações “é um torneio muito belo” pois dá a oportunidade de confronto “não só com seleções do nosso continente, mas mundiais”. O treinador, porém, teceu críticas sobre o evento que o obriga a “racionalizar sobre as condições atléticas e mentais” dos jogadores a cada vez que monta sua formação.
“O evento deveria ser mais bem administrado. Cada time deveria ter os mesmos dias e a mesma oportunidade de se preparar. Sabemos que o Brasil está se preparando há um mês, e nós em junho disputávamos as Eliminatórias. Deveriam colocar todos juntos porque o espetáculo sente quando há mais times com capacidade de oferecer um bom futebol; senão pode ser uma agonia para tantas equipes”, analisou.
Antes de viajar para participar da Copa das Confederações, a Itália empatou sem gols com a República Checa, em Praga, em 7 de junho, pelas Eliminatórias Europeias para o Mundial de 2014. A equipe que está próxima de garantir a classificação à Copa chegou ao Brasil dois dias depois. Na Seleção Brasileira, o técnico Luiz Felipe Scolari começou a reunir o grupo para o evento em 28 de maio e um dia depois deu o primeiro treino, na Escola de Educação Física do Exército, no Rio de Janeiro.
No Brasil, Prandelli ainda encontrou como dificuldade o clima quente. “Esta Copa das Confederações servirá muitíssimo para a Copa do Mundo, porque devemos chegar aqui com 23 atletas, não só jogadores. Precisamos de tempo para nos prepararmos fisicamente e chegarmos preparados para superar o calor e a umidade. Caso cheguemos aqui com o tanque vazio, fica difícil. Aí você vê quantos infortúnios tivemos. Fazer três partidas em seis dias é impensável nessas condições. É um absurdo”, disse o treinador.
Pelo torneio, a equipe venceu o México por 2 a 1 em 16 de junho, no Maracanã; venceu o Japão por 4 a 3 no dia 19, na Arena Pernambuco; e perdeu para o Brasil por 4 a 2, no dia 22, na Arena Fonte Nova.
“Nestes próximos dias procuraremos recuperar o que dá para recuperar”, afirmou o técnico, que nesta segunda-feira comandou um treino bastante leve no Estádio Presidente Vargas, sob o calor de 30º C e a forte umidade de Fortaleza. Na quinta, a Itália encara a Espanha no Estádio Castelão, pela semifinal da Copa das Confederações.
Em uma equipe com tantas dificuldades físicas, nenhum jogador compareceu mais à sala de imprensa da Itália do que o médico Enrico Castellacci. Nesta segunda, ele anunciou o corte de Balotelli e falou sobre a adaptação ao país-sede do Mundial de 2014: “como bem disse o nosso técnico, o conceito de jogador e atleta é diverso. Precisamos de condições físicas para poder encarar qualquer situação. Aqui (em Fortaleza) faz bastante calor, mas no sul do Brasil é frio. Será um problema na preparação”.
Terra
Foto: Bruno Santos / Terra