Atualmente a única máquina no Estado em funcionamento, e que também atende pacientes de Rondônia, é a da Santa Casa de Misericórdia.
A economista e empresária Silvana Ribeiro, que tem câncer de mama, conhece bem essa realidade. Ela não conseguiu fazer o tratamento nem mesmo em hospital particular e desde que quebrou a máquina no Hospital do Câncer, no dia 17 de janeiro, ela e vários pacientes têm enfrentado momentos de aflição e sofrimento.
Vendo a dura realidade das pessoas que viajam em busca do tratamento, e que geralmente são pessoas carentes, Silvana decidiu aproveitar as oito horas na fila para ajudar aqueles que não sabem como buscar os seus direitos, a exemplo do acesso a medicamentos pelo SUS, abatimento em impostos e gratuidade do transporte público. E montou um balcão de informação dentro do hospital que funciona enquanto aguarda o próprio atendimento.
“Muitas pessoas passam pela mesma situação que a minha, mas a maioria é do interior e vem de famílias carentes, além de boa parte ainda ser analfabeta. Já vi muitos chegando cedo ao hospital e saindo à noite sem ter comido um pão, só para economizar para a passagem”, conta.
Não contente em ajudar os pacientes, nos dias que faz sessão de radioterapia Silvana Ribeiro pediu a colaboração do hospital e funcionários para distribuir a lista dos direitos da pessoa com câncer.
“O meu primeiro passo foi pregar nas paredes todos os direitos dos pacientes. O segundo foi ajudar aqueles que nem sabem ler a buscar os benefícios. Consegui inclusive com que uma senhora conquistasse o passe livre dentro de Cuiabá e hoje ela economiza mais de 500 reais”, relata a empresária.
O destaque dado para os custos com passagem de ônibus fica por conta dos vários exames que os pacientes precisam fazer e necessitam de acompanhante. Com isso, por dia alguns acabam gastando uma média de R$ 20, que faz diferença no orçamento no final do mês.