A senadora Selma Arruda (PSL-MT) diz acreditar que a PEC (Proposta de Emenda Constitucional) da reforma previdenciária chegue ao Senado até o fim deste semestre. O texto prioritário do governo pode ser votado paralelamente ao pacote de anticrime e anticorrupção protocolado pelo ministro da Justiça, Sérgio Moro.
“Essa reforma entrou na Câmara e a gente sabe que até entrar no Senado, ela vai sofrer muita modificação. Acho que no fim do primeiro semestre proposta já está no Senado. Não sei se estará aprovada até o final do primeiro semestre, mas a intenção é dar essa agilidade de trâmite”.
A senadora afirma ver dificuldades para o trâmite consonante das duas propostas; o pacote de anticrime tem sido questionado como pauta de desvio da atenção da reforma da Previdência. E o ministro Moro cobra agilidade do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), na tramitação do pacote.
“Eu penso que 513 deputados têm plena capacidade para aprovar a reforma da Previdência e o pacote anticrime ao mesmo tempo; não vejo dificuldade nenhuma. Muita gente quer que seja feita uma coisa de cada vez. Nós precisamos dar agilidade ao Poder Legislativo. Lá se fala muito e se faz muito pouco”.
Neste fim de semana a rusga entre Rodrigo Maia e o Planalto se acirrou após uma cobrança direta do ministro Sérgio Moro a Rodrigo Maia sobre o assunto. O conflito levou o presidente da Câmara a entregar a articulação da PEC da Previdência ao presidente Jair Bolsonaro, sob a alegação de que o presidente estaria tentando “terceirizar” a articulação das pautas. E a prisão do ex-presidente Michel Temer, na quinta-feira (21), teria aumentado a tensão por causa interpretação de influência de Moro na decisão.
“Eu não vejo dessa forma [crise entre Bolsonaro e Maia]. O ministro Moro tem uma postura muito reta. Fizeram até essa elucubração de que o Moro teria mandado prender o Temer em retaliação ao Maia. O Moro não manda prender ninguém”.