A pré-candidata ao Senado, Selma Arruda (PSL-MT), diz que a escolha de aliança com PSDB foi tomada por necessidade de seu partido de tempo na TV, mostrando desconforto com a possibilidade de ligação de seu nome a candidatos envolvidos em investigação criminal.
“O grupo do PSDB é muito grande, é impossível não ter alguém ligado à investigação. A escolha do nosso partido para a coligação foi por necessidade de tempo de TV, senão não teríamos espaço para viabilizar campanha. Mas, estou na disputa de cargo majoritário e não tenho necessidade de ombrear palanque com nenhum investigado”, disse a ex-juíza em entrevista à Capital FM, nesta sexta-feira (27).
A resposta foi dada a questionamento sobre a declaração dela de não participar de aliança com político ficha suja ou investigado por algum crime político. A situação pode respingar no cabeça de chapa e candidato à reeleição, Pedro Taques (PSDB-MT), que estaria implicado em delação premiada, em negociação, do empresário Alan Malouf. A ex-juíza interrogou Maluf e o condenou a 11 anos e 1 mês de prisão em outubro do ano passado por acusações feitas na Operação Rêmora.
À época, Maluf chegou a citar em depoimento a existência de suposto caixa 2 na campanha de 2014 de Pedro Taques, e o assunto voltaria a ser explorado na delação premiada. “Mas, eu não acredito que o Alan Malouf tenha prova do envolvimento do Taques em negociações criminosas, porque, se tivesse, à época que ele era investigado, ele já teria apresentado porque seria benéfico para ele. Então, posso dizer com quase certeza que esse indício não procede”, disse a pré-candidata.
O desconforto mostrado hoje por Selma Arruda já tinha ocorrido durante bate-papo com transmissão ao vivo em seu perfil no Facebook. Ela disse que o PSL, por ser um partido pequeno, precisa de coligação com sigla com mais representantes no Legislativo que, por lei, tem garantido maior espaço no horário eleitoral gratuito. E também num contexto sobre corrupção e partidos políticos, Selma disse que seus eleitores estão liberados para não votar em candidatos tucanos.