Cidades

Seguro dado a pescadores na Piracema é insuficiente

Desde o início do mês de novembro, cerca de 14 mil pescadores, divididos em 21 colônias em Mato Grosso estão proibidos de dar continuidade a suas atividades, por conta do período conhecido como piracema.

Nos rios da Bacia Hidrográfica do Araguaia, a proibição teve início no dia 1º, já nos rios das bacias do Amazonas e do Paraguai, a piracema teve início no dia 5 deste mês. Por decreto, o período proibitivo se estende até o dia 28 de fevereiro de 2015.

Neste período, os pescadores, que tiram o sustento de suas famílias direto dos rios, acabam por precisar da ajuda do Governo Federal, que através do Ministério do Trabalho, em parceria com o Ministério da Pesca, possibilita o acesso ao seguro defeso, no valor de um salário mínimo, de R$ 724.

Criado para auxiliar pescadores, que durante os meses em que prevalece a piracema não podem pescar nos rios do Estado, o seguro-desemprego é uma assistência financeira temporária. 

Sabendo da necessidade de se respeitar os quatro meses, em que os peixes migratórios se deslocam rumo à cabeceira dos rios em busca de alimentos e condições adequadas para o desenvolvimento das larvas e dos ovos, os pescadores acabam por respeitar a legislação, mas reclamam das dificuldades enfrentadas pelo valor garantido através do seguro.

Jonas Neves, de 41 anos, é presidente da Colônia dos Pescadores de Rosário Oeste (120 km de Cuiabá). Acostumado com a profissão que exerce desde a infância, o pescador afirma que a ajuda de apenas um salário mínimo é pouco para as necessidades de sua família. Com quatro filhos, Jonas busca alternativas para incrementar sua renda.

“Nós acabamos tendo que buscar alternativas, plantando hortaliças, como alface, cenoura e mandioca. Precisamos de mais ajuda”, explicou Jonas.

Outros pescadores, como a senhora Maria Lúcia, de 36 anos, afirmam que mesmo com a baixa na captura e venda de pescado, no período em que não há piracema, eles conseguem uma renda maior do que o salário mínimo dado pelo seguro.

“No resto do ano, mesmo com muita dificuldade, nós conseguimos ganhar até dois salários mínimos. O governo tem condições de pagar mais”, desabafou a pescadora que se profissionalizou para ajudar na renda de casa.

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Redação

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