Em coletiva de imprensa na manhã desta terça-feira (18) a diretora do campus, Suzana Aparecida da Silva, contou, com base no Boletim de Ocorrências, que por volta das 19h30, três crianças, dois de 11 e outro de 13 anos, saíam de uma escola próxima em companhia da mãe de um deles. O grupo teria passado bem próximo a uma guarita desativada, que fica dentro da área do campus. As crianças teriam jogado garrafas de vidro na guarita, provocando barulho. O seguranças, então, efetuaram disparos para o alto e para baixo. Um disparo atingiu e transfixou o corpo do garoto.
Os seguranças teriam visto o estado dos meninos e logo chamado a Polícia Militar e ligado para o SAMU. Como teriam dito que o resgate só ocorreria em 20 minutos, um dos seguranças, com experiência em primeiros socorros, teria observado o estado grave do garoto e decidiram, então, leva-lo na própria viatura da PM para uma unidade de saúde do bairro Bela Vista de onde foi transferida para o Pronto Socorro.
A diretora disse que até agora não conversou nem com os seguranças e nem com a família da vítima. “Por enquanto sabe-se que o estado da criança é um pouco grave e que os médicos estão fazendo avaliação para ver se há necessidade de transferir para um leito de UTI”.
O advogado da empresa Segvel, Neynan Monteiro, declarou durante a coletiva que por enquanto não dá para apurar se houve imperícia dos seguranças e que a prioridade agora é a integridade e segurança dos garotos.
Ele relatou ainda, que por diversas vezes acontecem roubo das armas dos vigilantes e por conta disso eles são orientados a manter o estado de alerta e agir de acordo com as orientações da escola de formação. “Como são orientados, ao ouvir barulhos, os vigilantes perguntaram quem estava ali, mas as crianças não teriam respondido e continuar a jogar pedras na guarita. Eles efetuaram tiros para o alto e as pedras continuaram a ser atiradas. Então os seguranças atiraram para baixo”, contou o advogado.
Até o momento não se sabe qual vigilante atingiu a criança, apenas que os dois efetuaram disparos. Um dos seguranças é Joanderson Rodrigues Marinho, de 22 anos, que trabalhou pela primeira vez no campus na noite de ontem. O outro é Fagner de Jesus Lucindo, 28 anos. Ambos foram encaminhados ao Cisc Planalto onde prestaram depoimento e de lá foram encaminhados, nas primeiras horas da manhã de hoje, para o Centro de Resocialização acusados de tentativa de homicídio.
A diretora do IFMT diz que por enquanto a instituição está primando pela integridade da criança e depois irá analisar as clausulas do contrato com a empresa e avaliar as responsabilidades das partes no fato. Ela garantiu que tanto a empresa de segurança quanto o IFMT estão prestando toda assistência para a criança. “Ainda não podemos falar se agiram errado ou não, mas a escola em nenhum momento acha que seja certo disparar num local onde circulam muitos alunos e, em seu entorno, crianças do bairro.
Sandra Carvalho – Da Editoria/Camila Ribeiro – Da Reportagem
Fotos: Camila Ribeiro