João Edisom analisa que o partido está sem militância, além de segmentado em grupos, e o único poder que lhe resta é a Seduc, inclusive decidindo sozinho quem ocupa a titularidade da pasta. O cientista político continua dizendo que o Partido dos Trabalhadores não contribui em nada com a educação e que “usa a máquina estadual de maneira fisiológica, escorado no poder da presidente da República”. A greve dos profissionais da educação é o reflexo da destituição do caráter e da autonomia do professor impingido pela Seduc, mesmo tendo proximidade de cunho partidário com o sindicato da categoria, segundo o professor.
O analista político faz uma afirmação contundente: “O PT inaugurou uma nova era de diplomação e escolarização sem conhecimento”. Essa afirmação é corroborada com os números da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) que mostram o Brasil e o Estado de Mato Grosso numa decadência educacional (veja box em edição digital).
Relata, ainda, sobre as amarras que o PT produz para usar a ‘máquina governamental’ em benefício próprio semse importar em ter um plano de gestão consistente que contribua para a qualidade da educação.
Profissionais da educação há exatos 60 dias em greve comandada pelo Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Público de Mato Grosso (Sintep), braço do movimento sindical liderado e controlado pelo PT, estão sob ‘fogo cruzado’ por ação da Seduc e do PT.
Sem nunca ter cogitado ficar fora do governo, o PT tomou decisão solitária de indicar a nova secretária em acordo firmado com o governo. O partido reuniu-se e aprovou por maioria absoluta [apenas um voto contrário] a petista Rosa Neide Sandes de Almeida no cargo de secretária estadual de Educação em substituição a Ságuas Moraes, do mesmo partido.
Ságuas Moraes foi nomeado titular da pasta de Educação em abril de 2007, no governo de Blairo Maggi, e voltou a ocupá-la no governo Silval, confirmando um ‘reinado petista’ de seis anos. O ex-secretário sai deixando um rastro de escolas sem estrutura física, professores contratados sem receber os benefícios regidos por lei como o pagamento de horas-atividade, contratos com construtoras duvidosos, fiscalizações de obras educacionais ineficazes e professores em greve há muito tempo.