Política

Secretário nega crise e diz que associação quer colocar Governo em “xeque”

O secretário do Gabinete de Comunicação (Gcom-MT), Kléber Lima, rebateu as declarações do presidente da Associação dos Oficiais da Polícia e Bombeiro Militar de Mato Grosso (Assof-MT), tenente-coronel Wanderson Nunes de Siqueira, que questionou a tese apresentada pelo Governo do Estado, quanto ao vazamento de informações sigilosas, envolvendo o cumprimento de mandados de prisão e busca e apreensão na Casa Militar.

Tal vazamento, de acordo com o Executivo, foi cometido pelo então corregedor-geral, coronel Alexandre Côrrea Mendes, e o diretor de Inteligência da Polícia Militar, tenente-coronel Victor Paulo Fortes Pereira, no dia 23 de junho, e estava relacionada a investigação de suposta existência de central de interceptações telefônicas ilegais, envolvendo membros da Polícia Militar e o Executivo estadual. Além de encaminhar ofício ao desembargador Orlando Perri, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJ-MT) – responsável pela ação que investiga os supostos grampos -, o governador Pedro Taques (PSDB) trocou o Comando-Geral da PM, nomeando o coronel Marcos Vieira da Cunha.

Além de questionar o suposto vazamento, Siqueira ainda disse que a categoria foi pega de surpresa com a troca do comando da PM, uma vez que tal medida deveria ser feita com limites e critérios pelo governador, já que esta se trata da quarta substituição da instituição, desde que assumiu, em 2015.

“O governador não pode ficar tomando essas decisões assim a bel-prazer, sem critérios. Ele não pode acordar e decidir que vai tirar ou trocar o comandante-geral, pois o poder funcional que o governador tem não é ilimitado. A troca de comando pegou todos os policiais de surpresa. Trocar quatro comandantes em dois anos e meio foge de qualquer parâmetro de seriedade e responsabilidade com a segurança pública”, disse o presidente da Assof, em entrevista à Rádio Capital FM, na manhã desta terça-feira (27).

Em resposta, Kleber afirmou que as declarações do sindicalista têm como objetivo colocar em "xeque" a credibilidade do governador do Estado. Ele ressaltou a veracidade da informação de que o vazamento foi feito durante reunião dos coronéis e os secretários Evandro Alexandre Ferraz Lesco (Casa Militar), José Adolpho (Casa Civil) e Airton Siqueira (Sejudh).

Para o Kleber Lima não há como contestar a palavra do governador e dos três secretários que participaram da tal reunião onde houve a divulgação das informações sigilosas. “O coronel Wanderson merece respeito e consideração, mas ele tenta por em xeque o que o governador e três secretários de Estado falam, que merecem muito mais consideração ainda”, rebateu.

“É prerrogativa, sim, do governador fazer as trocas do Comando da PM quando forem necessários ou convenientes ao Governo.  Já houve troca de secretários em várias pastas, e isto é absolutamente normal”, completou.

Em relação à posse do coronel Marcos Vieira da Cunha no comando da Polícia Militar, em substituição ao coronel Jorge Luiz de Magalhães, o secretário de comunicação garantiu que só ainda não ocorreu por conta de procedimentos burocráticos.

Segundo Lima, a troca do comando prevista inicialmente para a segunda-feira (26), teria sido alterado por conta de o coronel Cunha ser residente do interior do Estado e ter ido até sua cidade ao encontro da família e ainda em razão dos outros coronéis que farão parte do Comando-Geral também virem do interior.

A data foi remarcada para quarta-feira (28) e novamente alterada para esta quinta-feira (29) .

“Isso não significa que houve rebelião, que houve crise, que houve acartelamento ou que a PM está dividida. São datas, apenas datas. Quinta-feira haverá a transição do comando, o coronel Jorge Luiz passará o comando para o coronel Cunha, e ele empossará todos os novos nomes que comporão a cadeia do Comando da Polícia Militar de Mato Grosso”.

Kleber Lima invalidou qualquer situação de conflito. “Não há crise. Quem está querendo criar uma crise na Policia Militar não é o governador Pedro Taques, não é o Governo do Estado, é o coronel Wanderson”, afirmou.

Interesses

Kleber insinuou que Wanderson teria interesse à parte da preservação da instituição e do interesse público.

“Curiosamente a associação que ele preside só se manifestou até hoje em relação a prisão de pessoas que não são diretamente ligadas ao Governo do Estado. Ele usa essa situação, da investigação sobre os grampos, que é delicada, para fazer marcação de posição política contra o Governo do Estado”, criticou.

 

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