Jurídico

Secretário de Saúde diz que denunciará juiz e continuará defendendo o SUS

O secretário de Estado de Saúde (Ses), Luiz Soares, afirmou que irá oficiar a Procuradoria Geral do Estado (PGE) para que seja feita uma representação contra o juiz de Nova Canaã do Norte (680 km de Cuiabá-MT), Fernando Kendi Ishikawa, por constrangimento ilegal em decorrência do mandado de prisão em seu desfavor.

Na manhã de na manhã desta sexta-feira (22), o gestor da Saúde foi preso por ter descumprido uma ordem judicial de fornecer canabidiol (medicamento à base de maconha) a uma criança com problemas especiais. Soares, que tem foro privilegiado, foi liberado após o Tribunal de Justiça de Mato Grosso conceder o relaxamento da prisão.

Se dizendo envergonhado, ele pediu desculpas por toda a situação crítica do Sistema Único de Saúde (SUS) que reflete na vida dos mato-grossenses e a sua família. “Com toda sinceridade, quero pedir desculpas ao povo do SUS do estado de Mato Grosso. Desculpa a minha família que ficou apreensiva e que acompanhou desde cedo, desnecessariamente, esse constrangimento ilegal”, declarou à imprensa.

O gestor disse que irá buscar reparação pela “irregularidade” de sua prisão através de denúncia ao juiz e não pelo Estado. Ao fim disse que continuará trabalhando em prol do SUS.

“Quero dizer a todos da minha tristeza e também da minha convicção de não buscar a reparação por danos por que não vai sair do bolso do magistrado. Mas não tenham dúvida que já solicitei isso à procuradoria, para fazer uma denúncia formal. Eu tenho fé no SUS e sou defensor do SUS, não tenho outra atividade pública que me interessa, a não ser pelo senso de utilidade”, pontuou.

Trabalho no CCC

Soares ao relembrar os cargos que trabalhou na área da saúde, criticou a “arbitrariedade” do juiz Ishikawa e afirmou que se preciso for irá pedir ao colega secretário de Justiça e Direitos Humanos, Airton Siqueira, uma sala no Centro de Custódia de Cuiabá para continuar trabalhando em prol da consolidação do SUS.

“Já servi em diversas áreas da saúde sempre com foco na cidadania, por entender que é possível sim fazer com que a maior política de inclusão social que é o Sus possa se consolidar. Mesmo sabendo que o SUS, com maior política de inclusão social, tem os seus inimigos e são muitos e poderosos. Nessa linha de raciocínio quero dizer que não vou desistir. Vou continuar trabalhando”, disse.

“Àqueles que têm essa vocação por entender que o estado democrático de direito não se submete ao império da lei, mas as suas vontades e vaidades pessoais, ainda que empoderados por concurso público, não tem absolutamente o direito de desrespeitar a Lei. Agora se isso vira uma regra eu quero pedir ao Siqueira que arrume uma sala permanente lá no CCC. Porque lá eu vou me mudar e lá eu vou trabalhar para a consolidação do SUS”, finalizou.

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Redação

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