Ina de Maria, representou a prefeita Flávia Moretti em evento que integra a campanha “Trabalho Igual, Salário Igual”. Audiência reuniu lideranças femininas em defesa da equidade salarial entre homens e mulheres
“Sabe quando é que os homens vão nos respeitar? Quando nós mesmas começarmos a nos reconhecer e a valorizar umas às outras”. A fala direta da secretária municipal de Assuntos Estratégicos de Várzea Grande, Ina de Maria, marcou a audiência pública realizada na noite de ontem (5), na Câmara Municipal de Vereadores, como parte da campanha nacional: “Trabalho Igual, Salário Igual”, que luta pelo fim da desigualdade salarial entre homens e mulheres.
Representando a prefeita Flávia Moretti (PL), Ina fez uma crítica direta à forma como as próprias mulheres, muitas vezes, perpetuam a falta de reconhecimento entre si. “É a primeira vez que eu falo neste púlpito, e é uma honra, porque muitos homens já passaram por aqui, mas pouquíssimas mulheres. E por quê? Porque nós, mulheres, ainda não votamos em mulheres. Como vamos mudar a realidade se não temos mulheres legislando, se no ambiente de trabalho somos as primeiras a desacreditar umas das outras?”, questionou.
A secretária também reforçou a sensibilidade da prefeita para a realidade social do Município: “Várzea Grande é uma cidade com perfil matriarcal. Segundo o censo, temos aqui o maior número de famílias sustentadas por mulheres. E essas mulheres muitas vezes acham que não podem, que não conseguem. A prefeita Flávia Moretti tem clareza de que é preciso criar políticas públicas que enfrentem essa realidade”.
A audiência foi proposta e presidida pela vereadora Rosy Prado, que também destacou a necessidade de união entre mulheres na política e no trabalho. “Nós somos aliadas, não somos concorrentes. Só vamos ganhar essa guerra se tivermos a convicção de que somos capazes. Trabalhamos o dobro, só não recebemos igual”, afirmou, ao defender igualdade de direitos e o fim da desvalorização feminina.
A coordenação do evento ficou a cargo da defensora pública Dra. Tânia Regina de Matos, Coordenadora do Núcleo Criminal da Segunda Instância do Ministério Público e Diretora Jurídica da BPW-Várzea Grande. Ela destacou que a causa é respaldada pela Constituição Federal, pela Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) e pela Organização das Nações Unidas (ONU), por meio da ODS 5 (Objetivo de Desenvolvimento Sustentável), que defende a igualdade de gênero. “Esse objetivo busca eliminar todas as formas de discriminação e violência contra as mulheres, assegurar participação plena e acesso a direitos fundamentais. Mas para isso, é necessário união e ação concreta”, afirmou.
A audiência pública reuniu representantes do poder público, sociedade civil organizada e movimentos de mulheres, consolidando-se como mais um passo na luta pela igualdade salarial e o reconhecimento pleno da competência feminina no mercado de trabalho.
Foto Capa: MATHEUS GUIMARÃES
Fonte: SECOM/VG