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Secretaria confirma morte de psicólogo com suspeita de febre amarela

Secretaria de Saúde do Distrito Federal confirmou que o psicólogo internado em um hospital particular da Asa Sul com suspeita de febre amarela morreu nesta segunda-feira (27). O protocolo da morte encefálica foi decretado às 11h24. Na sexta (24), o G1 noticiou que o psicólogo teria morrido. A informação foi confirmada à TV Globo por familiares.

Em nota, a pasta informou que "há uma suspeita, ainda não confirmada e que está sendo investigada pela secretaria, que D.I.G.N. [iniciais da vítima] tenha contraído febre amarela".

Por causa da provável infecção, a Secretaria de Saúde deu início a uma série de ações de vigilância ambiental. No último sábado (25), o salão de festas do prédio onde o homem morava virou um posto de vacinação improvisado. Mais de 60 pessoas foram imunizadas.

Sintomas
O homem começou a sentir mal-estar e dor de cabeça há dez dias. Depois, vieram dores nas costas e febre. No domingo passado, ele deu entrada no hospital com insuficiência renal e grave estado neurológico. Uma tomografia acusou inchaço no cérebro.

Exames descartaram hantavirose e dengue. Um outro teste constatou a presença do vírus da febre amarela. No sábado, a família havia afirmado que a morte cerebral tinha sido constatada e que o hospital já teria começado os procedimentos para desligar os aparelhos. O psicólogo era casado e tinha três filhos – a mais velha completou 12 anos nesta sexta.

A Secretaria de Saúde disse que os exames clínicos e laboratoriais não são conclusivos e que, por isso, ainda considera o caso como uma suspeita.

Fontes ouvidas pela TV Globo afirmam que o homem costumava frequentar dois condomínios próximos a áreas de mata – onde a chance de contrair a doença é maior. Um dos residenciais fica no Jardim Botânico, e o outro, próximo ao córrego Taboquinha.

Em nota, a Secretaria de Saúde informou que, em 2017, não registrou nenhum caso de macacos mortos em razão da febre amarela – um dos principais indicativos da circulação do vírus na região. Suspeitas desse tipo podem ser informadas à Vigilância Ambiental pelos números 99269-3673 e 3344-8527.

"Tendo em vista que o Distrito Federal é uma região em que está recomendada a vacinação contra febre amarela, a SES-DF reforça a importância de que as pessoas que ainda não têm nenhuma dose da vacina – ou seja, que nunca tomaram a vacina – procurem as Unidades Básicas de Saúde durante a semana", diz a pasta.

Casos suspeitos
O Distrito Federal tem 86 casos suspeitos de febra amarela sob análise, segundo a Secretaria de Saúde. Somente em 2017, duas mortes foram confirmadas por contaminação da doença, que é transmitida pela picada de mosquitos. Segundo o GDF, essas duas pessoas foram infectadas em Goiás e em Minas Gerais.

Segundo o último boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, de dezembro de 2016 a 31 de maio de 2017, o DF registrou 54 casos de febre amarela, sendo 49 descartados.

'Não há risco'
Segundo o governo do DF, a capital é uma região com "recomendação permanente de imunização", o que significa que todas as crianças a partir dos 9 meses e adultos até 59 devem ser imunizados – uma dose é suficiente. No entanto, o secretário de Saúde, Humberto Fonseca, garante que não há risco de surto da doença.

"Brasília vacina há décadas, então temos uma população bem coberta. Não há nenhum risco de surto de febre amarela aqui. Nós estamos aqui cumprindo o protocolo do ministério, que é igual para um caso suspeito ou para um caso confirmado. "

O estoque de vacinas no DF deve suportar a demanda pelos próximos dois meses, segundo Fonseca. Ele afirma que mais de 90% da população já está imunizada. Ao todo, há 30 mil doses disponíveis.

Urbana ou silvestre?
A Organização Mundial de Saúde (OMS) e o governo brasileiro distinguem dois "tipos" de febre amarela: a urbana e a silvestre. As duas são causadas pelo mesmo vírus e têm os mesmos sintomas. A diferença, como apontam os nomes, está no local de contágio.

No caso da febre amarela silvestre, a transmissão é feita por mosquitos que vivem na beira de rios e córregos, como o Haemagogus e o Sabethes. Eles picam macacos infectados com a doença e "carregam" o vírus até humanos saudáveis.

Na febre amarela urbana, esse mesmo processo é feito por mosquitos da cidade – em especial, o Aedes aegypti, que também transmite dengue, zika e chikungunya. Nesse caso, o vírus é "obtido" a partir de pessoas doentes, e não de macacos.

No Brasil, o último caso registrado de febre amarela urbana foi registrado em 1942. Por isso, a informação sobre o local de contágio é fundamental para o monitoramento e o combate à doença.

Redação

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Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

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