Plantão Policial

Se tem alguém disposto a ajudar a pagar essa conta, nós topamos, diz Mendes

Na lista de representantes estatais que irão discursar na ONU no encontro no fim deste mês, o governador Mauro Mendes disse que irá defender a legislação brasileira que concede o direito de explorar até 60% do cerrado e 20% da floresta amazônica. Em entrevista ao jornal O Globo, neste domingo (8), Mendes disse que se houver acordo de compensação por Países que cobram o fim do desmatamento e das queimadas na floresta, estará disposto a topar o negócio, mas acha difícil a resolução da polêmica por essa alternativa. 

O encontro da Assembleia Geral da ONU acontecerá em Nova York, e o governador deve discursar no dia 23, véspera da aguardada fala do presidente Jair Bolsonaro na abertura. Confira parte da entrevista ao Globo. 

Mato Grosso foi apontado por ONGs internacionais como bom exemplo ambiental em plena crise das queimadas na Amazônia. A situação no estado é diferente? 

Nós temos aqui uma grande produção agrícola, somos o maior produtor de soja, de algodão, de milho, o maior rebanho bovino. E 63% do nosso território são absolutamente preservados. 

O senhor vai assinar o compromisso de desmatamento zero? 

Em um primeiro momento nós vamos trabalhar incansavelmente para combater o desmatamento ilegal. Já estamos fazendo um trabalho para garantir o desmatamento ilegal zero. Agora, temos, pelas leis brasileiras, que são das mais restritivas e rigorosas do mundo, o direito de desmatar e abrir novas áreas. Se o mundo quer preservar isso, ele tem que pagar por isso também. 

O senhor vai pedir uma compensação financeira pela manutenção das florestas? 

Exatamente, porque a nossa lei autoriza qualquer proprietário de terra a desmatar 65% do cerrado e 20% da Floresta Amazônica. Se tem alguém no Brasil ou no mundo disposto a ajudar a pagar essa conta, nós topamos, e eu tenho certeza de que muitos proprietários vão topar. Agora, ficar só no discurso, dizendo que temos que preservar, isso é inaceitável também. 

É possível para o estado acessar recursos de países como a Alemanha, rejeitados pelo governo federal? 

Temos o mais moderno sistema de controle e monitoramento do desmatamento. Isso foi feito com dinheiro do KFW, um banco alemão. Temos algumas políticas em curso que estão sendo apoiadas com recursos internacionais, e nós queremos receber este dinheiro. 

Mas será possível receber estes recursos com o bloqueio do governo federal? 

Vamos fazer a nossa parte. Tenho certeza de que o mundo vai reconhecer o nosso esforço, o governo federal vai reconhecer o nosso esforço de fazer uma agricultura sustentável, de preservar, mas também de nos ajudar na lição de casa. 

O senhor discursará na ONU um dia antes de Bolsonaro, que deverá ser muito cobrado por questões relativas ao ambiente. O senhor fará um contraponto ao presidente? 

Não tenho essa pretensão. Estarei lá para falar de nossas potencialidades. 

Redação

About Author

Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

Você também pode se interessar

Plantão Policial

Ladrões explodem caixa eletrônico em VG

Inicialmente, os ladrões usaram um maçarico para cortar o equipamento, mas não conseguiram e usaram explosivo.    Os bandidos fugiram
Plantão Policial

Em Sorriso 66 motos são apreendidas em operação da PM

"Esta é uma determinação do comandante, tenente coronel Márcio Tadeu Firme. Até o carnaval, faremos todos os dias blitz em