Política

Saúde em VG cresce 44%; atendimento ainda é problema

Os investimentos na saúde pública de Várzea Grande cresceram 44% entre janeiro e abril de 2017 se comparado com o mesmo período de 2016. Neste primeiro quadrimestre de 2017 foram aplicados R$ 40,54 milhões de recursos próprios, do Estado e da União, contra R$ 28,01 milhões em igual período do ano passado.

No entanto, ainda continua apresentando deficiência por causa do excesso de atendimentos à pacientes de outros municípios, Estados e até mesmo de vizinhos países como a Bolívia. A Prefeitura de Várzea Grande promete redobrar as ações e o volume de recursos para que a saúde seja contemplada ainda mais com investimentos, equipamentos e principalmente pessoal especializado para a garantia de um atendimento humanizado e resolutivo.

Dados apontam que o volume de recursos próprios se aproxima do total efetivado pela União. De janeiro a abril deste ano a prefeitura investiu, em recursos próprios, R$ 15,54 milhões, enquanto o Ministério da Saúde destinou R$ 16,69 milhões. Em igual período acumulado de 2016, por exemplo, a diferença era maior, já que o desembolso municipal foi de R$ 11,18 milhões e da União, R$ 13,15 milhões.

Ainda estratificando a origem dos recursos, o Estado surge elevando seus aportes, que passaram de R$ 3,67 milhões no primeiro quadrimestre do ano passado para atuais R$ 8,65 milhões. Esses e outros dados que aferem a evolução da rede municipal de saúde foram apresentados em Audiência Pública de divulgação do primeiro relatório quadrimestral da Pasta, no auditório da Câmara de Vereadores.

A prefeita de Várzea Grande, Lucimar Sacre de Campos, pontua que os números comprovam a seriedade com que a gestão vem tratando a Saúde Pública. “É uma das áreas essenciais que vem recebendo constantemente investimentos do Município, seja em obras, aquisição de equipamentos, ações e serviços. Tanto é que fechamos o exercício 2016 aplicando pouco mais de 26% da receita nessa área, enquanto a legislação exige ao menos 15% de recursos próprios destinados à saúde”.

O secretário municipal de Saúde, Diógenes Marcondes, reforça que o “desafio de melhorar o atendimento de saúde na cidade passa pela reestruturação física, de pessoal, de procedimentos, de logística” para que haja de fato mudanças na vida da população, especialmente conscientizando a prevenção.

“Melhorar a rede básica tem sido nosso objetivo e os números que vemos aqui confirmam que estamos na direção correta”, afirma.

O avanço observado no relatório, como destaca a prefeita, se deu com controle de gastos e a otimização das despesas. “No primeiro quadrimestre do ano passado os serviços de saúde custaram ao Município R$ 28,19 milhões e nesse mesmo período deste ano foram aumentados para R$ 36,47 milhões, ou seja, cresceram 29,35%. Mesmo com incremento e reforço nas unidades, especialmente com mão de obra, a despesa cresceu menos do que as receitas e os investimentos que realizamos no período, obtiveram uma expansão de 44%”, disse Lucimar Sacre de Campos.

Entre investimentos está a Unidade Pronto-Atendimento (UPA 24h), que foi inaugurada há menos de um ano no bairro Ipase.

O técnico de Planejamento do Sistema Único de Saúde da secretaria municipal de Saúde, Marcos Tertuliano de França, explica que os números mostram o crescimento contínuo na prestação de serviços à sociedade, absorvendo uma demanda reprimida, especialmente no atendimento à saúde bucal e de urgência e emergência.

O quadrimestre encerrou com incremento de 46% nos atendimentos realizados pela Atenção Básica, que passaram de 60,61 mil para atuais 88,50 mil. A Atenção Básica reúne o Programa Saúde da Família (PSF), e centros de saúde que têm equipes do Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS). “Esse dado confirma que a secretaria está valorizando as ações, bem como ampliando a atuação na prevenção, o que se traduz em redução de custos quando comparada ao tratamento curativo”.

O balanço de consultas, atendimentos e procedimentos deste primeiro quadrimestre mostra um avanço de 11% na comparação anual, com a UPA se mostrando essencial no melhoramento das ações em saúde no Município. A UPA contabiliza 42,66 mil atendimentos. Como a unidade passou a funcionar a partir do segundo semestre do ano passado, o comparativo foi feito com o consolidado no último quadrimestre do ano passado, com 34,83 mil atendimentos. “A UPA acolhe toda uma demanda potencial de saúde que havia e que ainda com resolutividade”.

O reflexo do resgate da confiança da população, nos serviços públicos de saúde são vistos, como defende Marcos Tertuliano, tanto nos números da UPA como na redução de atendimentos no Pronto-Socorro. “Pessoas que estavam lotando o Pronto-Socorro hoje buscam atendimento na UPA. Haviam ainda pessoas que por não acreditarem no SUS, ficavam em casa e optavam por tratamentos alternativos. Agora, essa demanda busca atendimento nas policlínicas, nos centros de saúde e na UPA, e é a UPA quem regula a necessidade de encaminhar pacientes ao Pronto-Socorro”.

Enquanto a UPA ampliou o número de pacientes atendidos, no Pronto-Socorro houve a redução de 20%. “O pronto-atendimento está sendo realizado na UPA. Tínhamos registrados 61 mil atendimentos clínicos no Pronto-Socorro entre janeiro e abril do ano passado. Neste mesmo intervalo de meses de 2017, o total caiu para 48,25 mil”, destaca Tertuliano.

Como consequência, o volume de internações recuou 25%, passando de 3,62 mil para 2,71 mil. Ainda como reforça o secretário de Saúde, Diógenes Marcondes com essa migração, o atendimento de urgência e emergência do Pronto-Socorro, passou a ser prestado com muito mais qualidade. “Até porque, desde o final do ano passado as unidades de saúde passaram a ofertar outros serviços antes não realizados, como inalação, suturas, curativos e aplicação de injetáveis. Demandas que levavam as pessoas automaticamente ao Pronto-Socorro”, acrescenta Marcondes.

Ainda como ponto favorável para a manutenção da atividade fim do Pronto-Socorro, o secretário destaca o reforço na dispensação de remédios nas farmácias das unidades. “O processo de melhoria na logística de distribuição, de compras e de investimentos consumiu nestes primeiros quatro meses do ano R$ 2,51 milhões ante R$ 1,77 milhão do mesmo intervalo de 2016”, completa Tertuliano.     

“Lidamos com um universo sistêmico, no qual a demanda está sempre à frente da oferta, porque demanda em saúde sempre será crescente e nós temos nos esforçado para atender todas as necessidades do várzeagrandense”, pontua Marcos Tertuliano.

OS DADOS – O detalhamento dos serviços, ações e investimentos consolidados nas atenções em saúde (primária, secundária e terciária) durante o período de janeiro a abril deste ano, bem como os comparativos em relação ao mesmo período do ano anterior, são ritos previstos na Lei complementar 141/2012, em seu artigo 36, que determina a divulgação quadrimestral ao Legislativo e à população.

O relatório está disponível no Portal Transparência da prefeitura de Várzea Grande

Redação

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Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

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